Granulito Uyarani – uma janela estrutural Pré-Cambriana no Altiplano Boliviano: petrogênese e significado tectônico

Autores

  • Juliana Rezende de Oliveira Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia (GEOCIAM), Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará - UFPA.
  • Maria Zélia Aguiar de Sousa Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia (GEOCIAM), Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará - UFPA.
  • Amarildo Salina Ruiz Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia (GEOCIAM), Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará - UFPA.
  • Gerardo Ramiro Matos Salinas Departamento de Geologia, Instituto de Investigaciones Geológicas y del Medio Ambiente - IGEMA, Universidad Mayor de San Andrés - UMSA, San Andrés, La Paz, Bolívia.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v17-385

Palavras-chave:

Granulito Uyarani, Embasamento Pré-Andino, Metamorfismo de Alto Grau, Orogenia Grenvilliana-Sunsás.

Resumo

O embasamento pré-andino é formado por terrenos paleoproterozoicos, como o terreno Arequipa-Antofalla, e entre suas unidades destaca-se o Granulito Uyarani, parcialmente recoberto por sedimentos quaternários e por um ignimbrito pliocênico. Neste trabalho, o Granulito Uyarani é caracterizado como granulito félsico que apresenta enclaves máficos de granulito máfico, que tiveram como protólitos, respectivamente, sienogranitos, granodioritos e quartzo monzodioritos, enquanto o protólito do enclave tem composição gabroica. A análise estrutural demonstra seu caráter polideformado, com três fases de deformação (F1, F2 e F3) e tectônica rúptil marcada por fraturas e falhas na F3. A fase F1 é ligada ao metamorfismo M1, que alcançou condições de fácies granulito para o Granulito Uyarani, já na fase F2 ocorre o M2, responsável por um retrometamorfismo para fácies xisto verde. A litoquímica do granulito félsico revela que o protólito foi gerado por magmatismo cálcio-alcalino, metaluminoso a peraluminoso, magnesiano; já os enclaves de granulito máfico mostram a existência de um magma básico associado, em ambiente de arco magmático com ocorrência de mistura de magmas. As idades de cristalização do granulito félsico de 1.859 ± 200 Ma e 2.020 ± 130 Ma, disponíveis na literatura, obtidas, respectivamente, pelos métodos Rb/Sr, em rocha total e U/Pb (TIMS) em zircão, são contraditórias e têm erros elevados. A análise geocronológica realizada neste trabalho revelou uma idade de cristalização, U/Pb (SHRIMP) em zircão, de 1.736 ± 5.1 Ma para o granulito félsico. A idade de 1.157 ± 60 Ma, admitida até então como pico metamórfico, considerando o intercepto inferior do diagrama concórdia da análise U/Pb em zircão, também é contestável. Portanto, consideram-se, neste trabalho, as idades estabelecidas a partir dos métodos Ar/Ar em hornblenda com um platô de 982 ± 2 Ma e Sm/Nd, em isócrona mineral, de 1.008 ± 16 Ma, que indicam a atuação de um episódio termal regional, associado à evolução da Orogenia Grenvilliana-Sunsás, também nas rochas granulíticas estudadas, sugerindo sua conexão com as faixas móveis da Província Geocronológica Sunsás do SW do Cráton Amazônico.

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Publicado

2017-08-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Granulito Uyarani – uma janela estrutural Pré-Cambriana no Altiplano Boliviano: petrogênese e significado tectônico. (2017). Geologia USP. Série Científica, 17(2), 223-245. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v17-385