A ilusão do tempo em La Jetée, de Chris Marker
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2019.154286Palavras-chave:
Borges, Nietzsche, Literatura, Cinema, La JetéeResumo
A partir das reflexões de Friedrich Nietzsche em O eterno retorno e Jorge Luís Borges em Nova refutação do tempo, propõe-se tecer uma leitura crítica do filme La Jetée, de Chris Marker, a fim de examinar como a sua dimensão temporal dialoga com o ideário dos dois autores citados. Mais do que posicionar a obra como devedora de certa linhagem teórica – embora isso seja inevitável –, objetiva-se encontrar os pontos de convergência e choque com as propostas nietzschianas e borgianas. Para tal, optou-se por segmentar o texto em três momentos: I) breve apresentação do conceito de eternoretorno, sua formulação e dimensão doutrinária, II) exposição do tema para Borges, a crítica aos mandamentos nietzschianos e abandono da concepção do tempo como instância dotada de sentido, III) reflexão sobre a estrutura temporal de LaJetée, a partir dos conceitos discutidos.