A comunicação entre os profissionais de pediatria e a criança hospitalizada

Autores

  • Cláudia Batagin Armelin Universidade Federal de São Paulo
  • Rodrigo Ambros Wallau Universidade Federal de São Paulo
  • Cynthia Andersen Sarti Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Medicina Preventiva
  • Sonia Regina Pereira Universidade Federal de São Paulo; Departamento de Enfermagem

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19757

Palavras-chave:

Comunicação, Criança hospitalizada, Relação profissional-paciente, Cuidado infantil, Pediatria

Resumo

O estudo trata das dificuldades de comunicação entre profissionais de saúde e pacientes pediátricos em situação de hospitalização. Considerando que uma comunicação efetiva implica o reconhecimento mútuo, buscamos o ponto de vista tanto dos pacientes e seus familiares quanto dos profissionais, para entender como se dá a comunicação entre um e outro e como se estabelecem as relações entre ambos. Dado o problema da pesquisa, a metodologia é qualitativa e o método, o estudo de caso. O trabalho de campo foi desenvolvido em um hospital público universitário na cidade de São Paulo. Foram selecionadas para estudo duas crianças em idade escolar e que permanecessem internadas por um período maior do que uma semana. Foi feito um acompanhamento sistemático de cada uma das crianças, por meio da técnica de observação, e foram entrevistados seus acompanhantes e os profissionais envolvidos em seu cuidado e tratamento, englobando parte significativa do universo de comunicação interpessoal da criança hospitalizada. Verificamos que a comunicação se estabelece preferencialmente entre o profissional e o acompanhante, em função da criança, mas nem sempre com a participação desta, deixando a criança em um plano secundário no campo das relações.

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Publicado

2005-08-01

Edição

Seção

Pesquisa Original