Adolescência, vida sexual e planejamento reprodutivo de escolares de Serra Pelada, Pará

Autores

  • Néia Schor USP; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno-infantil
  • Carlos Eduardo P Corbett USP; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno-infantil
  • Fumika Peres USP; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno-infantil
  • Patrícia M Pontilho USP; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno-infantil
  • Luana F Tanaka USP; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno-infantil
  • Marilena N França Terra, Saúde e Ambiente
  • Eduardo B Cardoso USP; Faculdade de Medicina
  • André Nathan Costa USP; Faculdade de Medicina

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19832

Palavras-chave:

Adolescente, Vida sexual, Saúde, Gênero

Resumo

As condições de vida em que um adolescente se desenvolve determinam suas escolhas e influenciam sua vida sexual. O presente estudo visou caracterizar o cotidiano e vida sexual de 108 adolescentes entre 11 e 15 anos de idade, residentes em Serra Pelada, município de Curionópolis, PA, através de análise quantitativa e qualitativa de dados, diferenciando-os quanto ao gênero. Os resultados mostraram a forte presença das relações de gênero em alguns casos. Foi encontrada alguma relação entre religião e vida sexual somente no sexo feminino, em que se observa que 58,5% delas eram adeptas a alguma religião e 66,7 % não haviam iniciado a vida sexual aos 12 anos ou menos. Quando questionados se mantinham, ou não, relações sexuais enquanto namoravam, 93,6% das meninas afirmaram que não, enquanto 59,6% dos meninos disseram o mesmo, mostrando que as meninas evitam mais a relação sexual. A grande maioria das meninas afirmou ter feito uso de método para evitar filho na primeira relação, enquanto mais de 50% dos meninos afirmaram o contrário. Essa diferença reflete que a responsabilidade da contracepção é julgada como pertencente ao sexo feminino. Cerca de 70% das meninas afirmam ter a intenção de se casar com a pessoa com quem tem relação sexual atualmente, enquanto 60% dos meninos afirmam o contrário, o que mostra que as meninas se mostram mais receosas quanto a ter filho cedo, em relação aos garotos, e mostram-se mais abertas ao compromisso.

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Publicado

2007-08-01

Edição

Seção

Pesquisa Original