As percepções sobre o "ser obeso" sob a ótica do paciente e dos profissionais da saúde

Autores

  • Danitielle K Marques Grejanin Faculdade Santa Marcelina
  • Tiago H Pezzo Faculdade Santa Marcelina
  • Valéria Nastri Faculdade Santa Marcelina
  • Virginia P Paula Sanches Faculdade Santa Marcelina
  • Débora D. Gonçalves do Nascimento Faculdade Santa Marcelina
  • Michele P Quevedo Faculdade Santa Marcelina

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19846

Palavras-chave:

Obesidade, Percepção, Programa Saúde da Família, Atenção Primária à Saúde

Resumo

O presente estudo teve como objetivo analisar a percepção que profissionais da saúde têm em relação ao paciente obeso e a percepção do paciente obeso sobre si mesmo em uma UBS. Optou-se por um estudo de caráter exploratório e descritivo de corte qualitativo. Empregou-se a técnica de análise de conteúdo. A amostra do estudo constituiu-se de 19 sujeitos. A coleta de dados foi realizada em dois grupos: dos profissionais e dos obesos, utilizando-se a técnica projetiva, por meio da escolha de figuras de recortes de revistas. Para a apresentação e discussão dos resultados, as categorias formuladas a partir das falas dos grupos de profissionais e de obesos foram agrupadas conforme a possibilidade de confronto entre os discursos desses dois grupos. As categorias formadas foram as seguintes: a obesidade relacionada à não aceitação e baixa auto-estima, percepção social do obeso, a força de vontade do obeso para perder peso, o preconceito e a discriminação que envolvem o obeso, o tratamento da obesidade e a obesidade interferindo nas atividades da vida diária. As percepções encontradas nas falas dos profissionais evidenciam o obeso como uma pessoa doente e com uma baixa auto-estima. As percepções dos obesos mostram que o ato de comer é visto como um alívio para as tensões por eles vividas, percebendo-se como diferentes, inconformados com sua aparência física e excluídos socialmente. Por fim, vêem-se como pessoas com dificuldades e limitações em seu dia-a-dia.

Referências

Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia Prático do Programa de Saúde da Família, Brasília: Ministério da Saúde; 2001.

Ades L, Kerbauy RR. Obesidade: realidades e indagações. Psicol. USP 2002; 13(1): 197-216.

Mancini MC. Obstáculos diagnósticos e desafios terapêuticos no paciente obeso. Arq Bras Endocrinol Metab. 2001; 45(6): 584-608.

Spink MJ. Psicologia da saúde: a estruturação de um novo campo do saber. In: Campos FCB, organizador. Psicologia e saúde: repensando práticas. São Paulo: Hucitec; 1992. p. 11-23.

Carvalho MC, Martins AA. Obesidade como objeto complexo: uma abordagem filosófico conceitual. Ciência Saúde Coletiva 2004; 9(4):1003-12.

Oliveira FA. Antropologia nos serviços de saúde: integralidade, cultura e comunicação. Interface – Comunic, Saúde, Educ. 2002; 6(10):63-74.

Organização Pan-Americana de Saúde. Doenças crônico-degenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. 2003. [Acesso em 28 junho 2006]. Disponível em: www.opas.org.br/sistema/arquivos/d_cronic.pdf.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil: Pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003.2004. [Acesso em 06 dezembro 2006]. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/ home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2002analise/pof2002analise.pdf.

Ferriani MGC, Dias TS, Silva KZ, Martins CS. Auto imagem corporal de adolescentes atendidos em um programa multidisciplinar de assistência ao adolescente obeso. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. 2005; 5(1): 27-33.

Frank LK. Projetive Methods. 1939.

Anzieu D. Os métodos projetivos. Rio de Janeiro (RJ): Campos; 1984.

Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa : Edições70; 2002.

Kempvh, Page C. Maternal self-esteem and prenatal attachment in high-risk pregnancy. Matern Child Nurs J. 1987;16(3):195-206.

Zottis C, Labronici LM. O corpo obeso e apercepção de si. Cogitare Enferm. 2002; 7(2):21-29.

Almeida GAN, Santos JE, Pasian SR, Loureiro SR. Percepção de tamanho e forma corporal de mulheres: estudo exploratório. Psicologia em Estudo 2005; 10(1): 27-35.

Cataneo C, Carvalho AMP, Galindo EMC. Obesidade e aspectos psicológicos: maturidade emocional, auto conceito, locus de controle e ansiedade. Psicologia: Reflexão e crítica. 2005;18 (1): 39-46.

Vasques F, Martins FC, Azevedo AP. Aspectos psiquiátricos do tratamento da obesidade. Rev.Psiq. Clín. 2004; 31(4): 195-98.

Fonseca JGM, Silva MKS, Félix DS. Obesidade: uma visão geral. In: Fonseca JGM. Editor. Obesidade e outros distúrbios alimentares. Rio de Janeiro: Medsi 2001;1/2(A): 257-78.

Ferreira VA, Magalhãe R. Obesidade e pobreza: o aparente paradoxo. Um estudo com mulheres da Favela da Rocinha. Cad. Saúde Pública 2005;21(6):1792-800.

Paula ID. Obesidade: abordagem clínica. Rev. Bras. Hipertens. 2005; 12(4): 269-71.

Segal A, Fandiño J. Indicações e contra-indicações para realização das operações bariátricas. Rev. Bras. Psiquiatr. 2002; 4(3): 68-72.

Caprara A, Franco ALS. A relação paciente-médico: para uma humanização da prática médica. Cad. Saúde Pública 1999; 15(3):647-54.

Monteiro RCA, Riether PTA, Burini RC. Efeito de um programa misto de intervenção nutricional e exercício físico sobre a composição corporal e os hábitos alimentares de mulheres obesas em climatério. Rev. Nutr. 2004; 17(4): 479-89.

Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Obesidade. Brasília; 2006. Cadernos de Atenção Básica 12, Série A. Normas e ManuaisTécnicos.

Cavalcanti APR, Dias MC, Costa MJC. Psicologia e nutrição: predizendo a intenção comportamental de aderir a dietas de redução de peso entre obesos de baixa renda. Estudos de Psicologia 2005; 10(1):121-9.

Franco ALS, Bastos ACS, Alves VS. A relação médico-paciente no Programa Saúde da Família: um estudo em três municípios do Estado da Bahia, Brasil. Cad. Saúde Pública 2005; 21(1):246-55.

Francischi RPP, Pereira LO, Freitas CS, Klopfer M, Vieira P, Lancha Júnior AHL. Obesidade: Atualização sobre sua etiología, morbidade e tratamento. Rev. Nutr. Campinas 2000; 13(1):17-28.

Almeida GAN, Loureiro SR, Santos JE. A imagem corporal de mulheres morbidamente obesas avaliadas através do desenho da figura humana. Psicologia: reflexão e crítica 2002;15(2): 283-92.

Burd M. Obesidade e Família. In: Mello Filho J, Burd M, organizadores. Doença e Família. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2004; 299-310.

Downloads

Publicado

2007-12-01

Edição

Seção

Pesquisa Original