Mães de crianças com deficiência visual: percepções, conduta e contribuição do atendimento em grupo

Autores

  • Maria Inês Rubo de Souza Nobre Universidade Estadual de Campinas; Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação Prof Dr Gabriel porto
  • Rita de Cássia Ietto Montilha Universidade Estadual de Campinas; Centro de Estudos e Pesquisas em Reabilitação Prof Dr Gabriel porto
  • Edméa Rita Temporini Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19865

Palavras-chave:

Visão subnormal, terapia ocupacional, mães, cegueira, reabilitação

Resumo

A presente pesquisa teve quatro objetivos: 1) identificar reações de mães em relação ao diagnóstico da deficiência visual; 2)identificar o responsável pela detecção da deficiência; 3)verificar dificuldades da criança no processo de escolarização, e 4) verificar possíveis contribuições de atividades terapêuticas direcionadas ao grupo de mães. Foi realizado um "survey" descritivo com as mães de crianças com deficiência visual, atendidas no CEPRE - FCM- Unicamp. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário aplicado por entrevista, desenvolvido após estudo exploratório. Compôs-se uma amostra não probabilística, constituída por 14 mães. Entre os resultados obtidos, com relação aos sentimentos apontados pelas mães em relação ao diagnóstico, destacaram-se: a tristeza (71,0%); o medo (64,0%) e a decepção (42,0%). O problema visual foi percebido por mães em 53,0% dos casos, por pediatras em 26,0% e por familiares em 21,0%. Entre as dificuldades da criança no processo de escolarização foram apontadas: medo de não conseguirem acompanhar as exigências escolares (75,0%) e discriminação (63,0%). A maioria das mães (78,0%) acredita que as atividades do grupo contribuem para o esclarecimento de dúvidas, e as atividades terapêuticas contribuíram para que aprendessem a lidar com as dificuldades de seus filhos (78,0%). Os resultados obtidos contribuíram para concluir: que os sentimentos de tristeza, medo e decepção mostraram-se mais evidentes; que, na maioria dos casos, a deficiência visual foi detectada pela mãe; que na opinião das mães, as crianças teriam dificuldades em acompanhar as atividades escolares e que o grupo contribuiu para esclarecer dúvidas e favorecer troca de experiências.

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Publicado

2008-04-01

Edição

Seção

Pesquisa Original