O Ginecologista obstetra e a internet

Autores

  • Maria Luiza Toledo Leite Ferreira da Rocha Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno Infantil
  • Ana Cristina d'Andretta Tanaka Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno Infantil

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19929

Palavras-chave:

internet, ginecologia, obstetrícia, medicina, relação médico-paciente, informação, comunicação

Resumo

OBJETIVOS: identificar a influência do uso da internet na prática e ambiente de trabalho médico e verificar como estas mudanças vêm acorrendo entre médicos ginecologistas e obstetras. MÉTODO: foram enviados 1.120 questionários para médicos ginecologistas e obstetras da cidade de São Paulo, dos quais retornaram 152, o correspondente a 13,6% da amostra ou 6,1% do total dos médicos cadastrados na SOGESP. A análise quantitativa do comportamento do médico quanto ao uso da internet foi realizada por meio de proporções, médias, cálculos de desvios-padrão e do teste de associação de qui-quadrado. Através da técnica de Cluster Analysis, foram determinados 4 grupos segundo o perfil dos profissionais relacionado ao uso desta ferramenta. RESULTADOS: não se observou relação de idade, sexo, locais de trabalho e desenvolvimento de apenas uma das especialidades Ginecologia ou Obstetrícia quanto à utilização da internet na prática médica. Observou-se uma tendência de uso mais freqüente entre médicos com doutorado. Quanto aos serviços médicos prestados por e-mail, receber e devolver exames foram as atividades mais realizadas pelos sujeitos da pesquisa. CONCLUSÃO: os ginecologistas obstetras pesquisados utilizam a internet na prática médica para própria atualização, para comunicação com pacientes ou para oferecer serviços às mesmas com diferentes assiduidades. Entretanto, este uso é ainda parcial, talvez relacionado ao receio de interferências negativas na relação com o paciente, além de preocupações quanto à implicações legais, éticas e principalmente econômicas relacionadas à prática profissional.

Referências

Blum JD. Internet medicine and the evolving legal status of the physician-patient relationship. J Leg Med. 2003;24:413-55.

Sciamanna CN, Rogers ML, Shenassa ED, Houston TK. Patient access to US physicians who conduct internet or e-mail consults. J Gen Int Med. 2007; 22(3):378-81.

Stone JH. Communication between physicians and patients in the era of E-medicine. Vasculitis Center and Johns Hopkins University School of Medicine, Baltimore, USA: N Engl J Med. 2007;356(24):2451-4.

Berquó ES, Souza JMP, Gotlieb SLD. Bioestatística. São Paulo: EPU; 1980;325p.tabs.

Armitage P, Berry G, Matthews JNS. Statistical methods in medical research.4,. ed. Blackwell Science Ltd. UK, 2002;817 p. ilus.

Usher WT.Gold Coast general practitioners’ recommendations of health websites to their patients. Education and Professional Studies, Griffith University, Gold Coast, QLD, Australia. Med J Aust. 2007;187(2):82-3.

Johnson PT, Eng J, Rowell MR, Fishman EK. Evolving physician perception of world wide web education: 2007 update and review of the literature. Acad Radiol. 2007 Sep;14(9):1092-101.

Martin S. Younger physicians, specialists use internet more. Can Med Assoc J. 2004; 170(12):1780.

Lowrey W, Anderson WB. The impact of Internet use on the public perception of physicians: A perspective from the sociology of professions literature. Health Commun. 2006; 19(2):125-31.

Cuenca AMB. O uso da internet por docentes da área de Saúde Pública no Brasil. [tese de doutorado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP;2004; 124p.

Martinez AR, Vegas AA, de Cordoba JLDLF. Internet physician’s offices: main reasons for consultation and differences with Primary Care. Rev ClinEsp.2004; 204:198-201.

Umefjord G, Hamberg K, Malker H, Petersson G. The use of an Internet-based Ask the Doctor Service involving family physicians: evaluation by a webs urvey. Fam Pract. 2006; 23 (2):159-66.

Diaz JA, Sciamanna CN, Evangelou E, Stamp MJ, Ferguson T. Brief Report: what types of internet guidance do patients want from their physicians? J Gen Int Med. 2005; 20(8):683-85.

Biermann JS, Golladay GJ, Peterson RN. Using the Internet to enhance physician-patient communication. J Am Acad Ortho Surg. 2006; 14(3):136-44.

Bylund CL, Gueguen JA. Physician-patient conversations about internet cancer information. Psycho-Oncol. 2006; 15:189 Suppl.

Lineberry TW, Bostwick JM. Taking the physician out of “physician shopping”: a case series of clinical problems associated with internet purchases of medication. Mayo Clin Proc. 2004;79(8):1031-34.

Brown MS. Physicians on the internet: ambivalence and resistence about to give way to acceptance. Med Net. 1998; 4:19-21.

Carvalho Júnior FF. A Internet e o pediatra. Rev. Paul. Pediatr. 1999;17(3):150-53.

Huñis AP. Médicos e Internet. Inform Med. 2000; 7:41-2.

CREMESP – Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Resolução 97 de 20 de Fevereiro de2001. São Paulo, 2001 [acesso em 28 de junho de 2007]. Disponível em http://www.bioetica.org.br/legislacao/res_par/integra/97_01.php

Downloads

Publicado

2009-12-01

Edição

Seção

Pesquisa Original