Início da vida sexual de adolescentes da ilha de Santiago, Cabo Verde - África Ocidental

Autores

  • Carlos Mendes Tavares Universidade Federal do Acre; Centro de Ciências da Saúde e do Desporto
  • Paula Yuri Sugishita Kanikadan Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública
  • Airlane Pereira Alencar Universidade de São Paulo; Instituto de Matemática e Estatística
  • Néia Schor Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Saúde Materno-infantil

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.20029

Palavras-chave:

idade no início da vida sexual, saúde sexual e reprodutiva, Cabo Verde, África Ocidental

Resumo

OBJETIVO: estimar a idade de início da atividade sexual de adolescentes e sua associação com fatores sócio-demográficos. MÉTODO: estudo transversal, realizado entre janeiro e março de 2007, com amostra de 368 adolescentes de 13 a 17 anos de idade, sexualmente ativos, provenientes de oito escolas secundárias públicas da Ilha de Santiago, Cabo Verde, escolhidas aleatoriamente. Na análise das variáveis, foi ajustado um modelo de regressão múltipla para variável ordinal com função de ligação probit, considerando-se nível de significância de 5%. RESULTADOS: entre os 368 adolescentes, 31,5% (116) eram meninas e 68,5% (252) meninos. Houve maior freqüência de iniciação sexual protegida entre os jovens que se iniciaram sexualmente com idade mais avançada (16 e 17 anos). A iniciação feminina foi mais tardia do que a masculina e rapazes mais novos (13 anos) relataram o início da vida sexual a partir de dez anos de idade. Após análise múltipla, quatro fatores permaneceram significativamente associados à idade do início da vida sexual no sexo feminino: idade, morar em casa alugada, não estar namorando no período da entrevista e menarca. Para o masculino foram: idade, não estar namorando no período da entrevista e interação entre idade e não namorar. CONCLUSÕES: a maior freqüência de iniciação sexual protegida ocorre entre os jovens que se iniciaram sexualmente com idade mais avançada. Todavia, a influência de morar em casa própria ou cedida e de parceria afetivo-sexual no início da vida sexual revela que a necessidade de ações de prevenção sejam direcionadas para segmentos com piores condições sócio-econômicas e para adolescentes que não namoram.

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Publicado

2011-12-01

Edição

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Pesquisa Original