Modo de vida e relação mãe criança: um estudo do andar

Autores

  • Elaine Pedreira Rabinovich
  • Ana Maria Almeida Carvalho

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.39665

Palavras-chave:

modo de vida, relação mãe-criança, andar independente.

Resumo

A idade da marcha independente de 60 criangas paulistanas de O - 12 anos foi analisada com relaçao a alguns aspectos da organiza~ao física e psicológica do ambiente doméstico: presença/ausência de condições físicas e condições controladas pela mãe favorecedoras de comportamentos exploratórios infantis (autonomia). Propõe-se um esquema de análise no qual os conceitos de apego e autonomia, relativos à relação mãe-criança, são associados aos de “lugar” e “espaco”, relativos a organização do ambiente doméstico; ambas dimensões são compreendidas como expressão de um “sistema de desenvolvimento” que inclui a organização psicológica da díade mãe-criança e sua suscetibilidade ao sistema de crenças e as condições de vida concretas nas quais o desenvolvimento ocorre. Uma comparação com as práticas de criação e a organização ambiental numa sociedade de caça-coleta (!Kung) e usada para realçar o conceito de sistema de desenvolvimento.

Biografia do Autor

  • Elaine Pedreira Rabinovich
    Centro de Estudos do Crescimento e Desenvolvimento Humano/Faculdade de Saúde Pública-USP; Laboratório de Psicologia Sócio-Ambiental e intervenção- LAPSI/lnstituto de Psicologia-USP. Apoio Fapesp.
  • Ana Maria Almeida Carvalho
    Instituto de Psicologia-USP. Pesquisador-bolsista do CNPq/apoio FAPESP.

Referências

Ainsworth MDS. Attachment theory and its utility in cross cultural research. 1997.

Leiderman SR. Tulkin & A.Rosenfeld (Orgs.), Culture and infancy: Variations in the human experience (pp. 49-68). New York: Academic Press.

Ariés P. História social da criança e da familia. (D. Flaksman, Trad.). 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara; 1978.

Badinter E. Um amor conquistado: omito do amor materno. (W. Dutra, Trad.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1985.

Berenstein L. Família e doença mental. (A. Friedmann, Trad.). São Paulo: Escuta; 1988.

Berlalanffy LV. Teoria geral dos sistemas. (FM. Guimarães, Trad.). 3ª ed. São Paulo: Vozes; 1977.

Bergamasco NHR, Beraldo KEA. Facial expressions of neonate infants in response to gustatory stimuli. Brazilian Journal of Medical Biology. 1990;23:245-249.

Blurton Jones N. Aspectos comparativos do contato mãe-criança. Em N. Blurton Jones (Org.), Estudos etológicos do comportamento da criança (pp. 317-340).(E. Otta, Trad.). São Paulo: Biblioteca Pioneira Ciências Sociais; 1981.

Bowlby J. Apego. (A. Cabral, Trad.).São Paulo: Martins Fontes;1981.

Bornstein MK, Marks LE. Color revisionism. Psychology Today. 1982;15(1):64-73.

Brazelton TB. Implications of infant development among the Mayan Indians of Mexico. Em PH. Leiderman, SR.Tulkin, A. Rosenfeld (Orgs.), Culture and infancy: Variations in the human experience (pp.151-188). New York: Academic Press; 1977.

Brazelton TB. O bebê: parceiro na interação. Em TB. Brazelton, B.Cramer, L. Kretsler, R. Schappi, M. Soule (Orgs.). A dinâmica do bebê (pp. 9-23). (D.R. Unikowski, Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas; 1987.

Bushnell IWR, Sai R, Mullin JT. Neonatal recognition of the mother’s face. British Journal of Developmental Psychology. 1989; 7(1): 3-16.

Carvalho AMA. O lugar do biológico na psicologia. O ponto de vista da etologia. Biotemas. 1989;2(2):81-92.

Chisholm JS. Residence patterns and the environment of mother infant interaction among the Navajo. In: TM Field, AM Sostek, R Vietze, RH Leiderman (Orgs.), Culture and early interactions. (pp. 3-20). Hillsdale: Lawrence Erlbaum Associates; 1981.

Cernoch J, Poster R. Recognition of maternal axillary odors by infants. Child Development. 1985;56:1593-1598.

De Casper AS, Fifer WP. Of human bonding: Newborns prefer their mother’s voices. Science. 1980;208: 1174-1176.

DevoreL, Konner MJ. Infancy in hunter-gatherer life: An ethological perspective. In: NF White (Org.), Ethology and Psychiatry. 1974; (pp. 111-141). Toronto: University of Toronto Press.

Dupuy JR. Ordem e desordem. Ciência e Cultura. 1990; 42(2):150-160.

Eibl-Eibesfeldt L. The myth of aggression free hunter and gatherer society. In: RL Holloway (Org.), Primate agression, territoriality and xenophobia. (pp. 69-82). London: Academic Press; 1974.

Erikson EH. Infância e sociedade. (G. Amado, Trad.). Rio de Janeiro: Zahar; 1976.

Fernald A. Four-month-old infants prefer to listen to mothers’. Infant Behavior and Development. 1985; 8: 181-195.

Field TM, Cohen D, Garcia R, Greenberg R. (1984). Mother -stranger face discrimination by the newborn. Infant Behavior Development. 1984; 7: 19-25.

Gottleb G. Critical perceptual dimensions of the maternal voice for human infants. In: B. Gottlieb, N. Kras-Negor (Orgs.). Measurement of audition and vision (pp. 21-27). New Jersey: Ablex; 1985.

Gould SS. Darwin e os grandes enigmas da vida. (ME. Martinez, Trad.). São Paulo: Martins Fontes; 1987.

Hockett CF. Logical considerations in the study of animal communication. In: WE Lanyon, WM Tavolga. (Orgs.). Animal sounds and communications (pp. 392-430). Washington: American Institute Biological Science; 1960.

Kaplan M, Kaplan N. The self-organization of human psychological functioning. Behavioral Science. 1991;36:161-178.

Keller H. Exploratory behavior, place attachment, genius loci, and childhood concepts: Elements of understanding children’s interactions with their environments. In: G. Gorlitz, HJ Horloff G. Mey, Valsiner. (Eds.), Children, cities and psychological theories. Developing relationships. Berlin: Walther de Gruyter.1998; p.454-68.

Klaus M, Klaus R. O surpreendente recém-nascido. (MCG. Monteiro,Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas 1989.

Kon IS. (1987). A sociocultural approach. In: JH. Geer, WT O’Donohue (Orgs.).Theories of human sexuality (pp. 257-286).New York: Plenum Press; 1987.

Konner M. Infancy among the Kalahari Desert San. In: RH Leiderman SR, Tulkin, A. Rosenfeld (Orgs.). Culture and infancy (pp. 287-312); 1977a. New York: Academic Press.

Konner M. Evolution of human behavior development. In: PH Leider-Man, SR Tulkin, A. Rosenfeld (Orgs.). Culture and infancy (pp. 69-109). New York: Academic Press; 1977b.

Konn er M. Etologia de um povo que vive da caça e da coleta. Aspectos relacionados com o desenvolvimento infantil. In: N. Blurton Jones (Org.), Estudos etológicos do comportamento da criança (pp.295-316).(E. Otta, Trad.). São Paulo: Biblioteca Pioneira de Ciências Sociais; 1981.

Leakey RE, Lewin R. O povo do lago. (N. Telles, Trad.). Sào Paulo: Melhoramentos; 1988.

Levine RA. Child rearing as cultural adaptation. In: PH Letderman, SR Tulkin, A. Rosenfeld (Orgs.). Cultureand infancy. Variations in the human experience (pp. 29-48). New York: Academic Press; 1977.

Lewis M, Ban P. Variance and invariance in the mother-infant interaction: Across-cultural study. In: PH Leiderman SR, Tulkin A, Rosenfeld (Orgs.). Culture and infance. Variations in the human experience (pp. 329-356). New York: Academic Press; 1977.

Malucelli E, Maass A. The development of spatial abilities: growing up with or without cars. Bulletin of People-Environment Studies. 2001; 18: 6-10.

Mellen SLW. The evolution of love. New York: Freeman; 1981.

Miller JC, Miller JL. The earth as a system. Behavioral Science. 1982;27(4):302-322.

Morin E. O enigma do homem. (F.C.Ferro, Trad.). 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar; 1979.

Monroe RH, Monroe RL. Household density and infant care in an East African Society. The Journal of Social Psychology. 1971;83:3-13.

Oyama S. Ontogeny and the central dogma: Do we need the concept of genetic programing in order to have an evolutionary perspective? In: MR Gunnar, E.Thelen (Orgs.). Systems and development. The Minnesota Symposium on Child Psychology (Vol. 27, pp. 1-34). New Jersey: Lawrence Erlbaum; 1989.

Parke RR, Grossmann K, Tinsley BT. Father-mother-infant interaction in the newborn period: A German-American comparison. In: TM Field, AM Sostek, P Vietze, PH Leiderman (Orgs.). Culture and early interactions (pp. 95-113).Hillsdale, New Jersey: Lawrence Erlbaum; 1981.

Papousek H, Papousek M. Learring and cognitive in the everyday life of human infants. Advances in the study of behavior. 1984;14:127-163.

Poster M. Teoria crítica da família. (A. Cabral, Trad.). Rio de Janeiro: Zahar; 1979.

Rabinovich ER. Modo de vida e a relação mãe-criança. o mamar e o andar, o modo demorar e o modo de dormir. São Paulo, 1992. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.

Rieser J, Yonas A, Wikner K. Radial localization of odors of human newborns. Child Development. 1976; 47: 856-859.

Siqueira AAE, Oliveira DC, Rabinovich EP, Santos NG. Instrumentos para o acompanhamento e avaliação do desenvolvimento infantil na Atenção Primária à Saúde. Revista Brasileira do Crescimento e Desenvolvimento Humano. 1992;2(2): 59-99.

Sorenson ER. Early tactile communication and the patterning of human organization: a New Guinea case study. In: M Bullowa (Org.). Before speech (pp. 289-306). Cambridge: Cambridge University Press; 1979.

Thelen E. Motor development as foundation and future on developmental psychology. International J Behavioral Development. 2000;24(4):385-397.

Trevarthen C. Communication and cooperation in early infancy: A description of primary intersubjetivity. In: M. Bullowa(Org.). Before speech (pp. 321-348).Cambridge: Cambridge University Press; 1979.

Tuan YF. Espaço e lugar. (L. Oliveira,Trad.). São Paulo: Difel; 1983.

Washburn SL, Lancaster CS. Evolution of hunting. In: RB Lee, L Devore (Orgs.). Man the hunter (pp. 293-303). Chicago: Aldini Publishing Company; 1975.

Widner C, Tlssot R. Os modos de comunicação do bebê. As posturas, movimentos, vocalizações. (DS Pinheiro , FA Braga,Trad.). Rio de Janeiro: Manole Ltda; 1987.

Zaslow M, Rogoff B.The cross cultural study of early interaction: Implication for research on culture and cognition. In: TM Field, AM Sostek, P Vietze, RH Lederman (Orgs.). Culture and early interaction(pp. 237-256). New Jersey: Lawrence Erlbaum; 1981.

Downloads

Publicado

2001-06-19

Edição

Seção

Pesquisa Original