A função do psicólogo perto na justiça: uma posição “entre-dois”

Autores

  • Elaine Costa-Fernandez

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.39791

Palavras-chave:

perito psicólogo, intercultural, missão, justiça.

Resumo

Na seqüência de nossas reflexões sobre a hipótese de uma distancia cultural entre o discurso do psicólogo e o do juiz, aprofundamos a análise dessa injunção paradoxal, dividida entre fantasma e realidade, entre ética e constituição de provas. É compativel estar a serviço de um magistrado, respeitar o contraditório e prese^lvar os interesses do sujeito? Qual é o impacto dessa injunção sobre o sujeito periciado? Como conceituar essa posição <~ent7-e-dois»’? O presente artigo questiona a intervenção do psicólogo clínico num contexto a um só tempo judiciário e pluriétnico, apresentando alguns casos. Ao articular o vínculo psicossocial entre o sujeito e a sociedade - por assegurar a passagem de uma lógica a outra; por manter a ligação entre ambas; por permitir uma parada em que o sujeito pode viver uma experiência anterior fundamental - todos esses momentos possibilitam o estabelecimento de uma abertura para o “pensar” como gerador de subjetivação.

Biografia do Autor

  • Elaine Costa-Fernandez
    Doutora em psicologia, mestre de conferênc ia associada à Universidade de Toulouse le Mirail, perito psicólogo.

Referências

Agra C. Déviance juvénile et toxicomanie[doctorat] Louvain La neuf (FR): Université Catholique de Louvain, Faculté de Psychologieet des Sciences del’Éducation, 1980.

Barbero A. Psicologia forense e do testemunho. Condições de possibilidade de uma prática comunicacional no contexto da justiça. Inpress.

Bastide R. Sociologie de la connaissance del’événement. Paris: Flammarion, 1968.

Bion WR. Théorie de la pensée. Revue Françaisede Psychanalyse, 1964,1: 75-84.

Costa-Fernandez E. Psychologue-expert, unespécialisation à part entière entre la singularitédu sujet et le lien social. Revue Experts Dez2001, 53: 3.

Costa-Fernandez E. Psychologue-expert, une spécialisation à part entière entre la singularitédu sujet et le lien social. Revue Experts Set2002, 56: 3.

Costa-Fernandez E. Questões sobre a dimensão intercultural da perícia psicológica no sistema judiciário francês. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano. 2002, 12(1): 36-42.

Dahoun ZKS. L’entre deux: une métaphore pourpenser la différence culturelle. In: KAES R. etal. Différence culturelle et souffrances del’identité. Paris: Dunod, 1998.

Dayan J. Dayan J. In: Houzel D, Emmanuelli M, Moggio F. (Dir.). Dictionnaire de psychopa-thologie de l’enfant et de l’adolescent. Paris: PUF, 2000.

Enriquez E. Organisation en analyse. Paris: PUF,1992.Foucault M. Surveiller et punir: naissance de laprison. Paris: Gallimard, 1975.

Kaes R. La catégorie de l’intermédiaire chez Freud, un concept pour la psychanalyse? Évolution psychiatriques 1985, 50(4): 893-926.

Kaes R. Différence culturelle et souffrances de lidendité. Paris: Dunod, 1998.

Lacan J. Fonction de la psychanalyse encriminologie. Écrits. Paris: le Seuil, 1966.

Nadal J. L’éveil du rêve. Paris: Anthropos, 1985.

Nathan T. Les migrants, les psys et le juge. In: Nathan T. (Dir.). Psychothérapies. Paris: Éditions Odile Jacob, 1998.

Downloads

Publicado

2004-04-19

Edição

Seção

Estudo de Caso