Violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes: rede de apoio e superação

Autores

  • Edinete Maria Rosa Universidade Federal do Espirito Santo; Departamento de Psicologia; Programa de Pós-Graduação em Psicologia
  • Margaret Olinda de Souza Carvalho e Lira Universidade Federal do Vale do São Francisco

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.44938

Palavras-chave:

violência intrafamiliar, criança e adolescente, resiliência, rede de apoio social e afetiva

Resumo

A presente investigação tem como objetivo principal, compreender o processo de superação de famílias envolvidas em episódios de violência intrafamiliar, contra seus filhos. Explora opiniões de autores acerca da importância da rede de apoio social e afetivo, na superação da violência, praticada por pais contra seus filhos. Apresenta resultados referentes a famílias residentes em Petrolina- PE, atendidas pelo Conselho Tutelar. Os dados foram coletados através de análise documental e estudo de caso. Os relatos das entrevistas foram tratados por análise de conteúdo de Bardin. Expressar como a violência ocorreu em cada família representou uma dificuldade para os participantes, existindo uma tendência dos autores em não admitir o fato. Encontrar uma motivação, que justificasse a prática de algum tipo de violência contra os filhos esteve presente nas falas dos entrevistados. Nas narrativas dos denunciantes, observou-se uma tendência em acusar o autor das agressões. A boa qualidade de atendimento do Conselho Tutelar foi referida pela maioria dos entrevistados, contudo, quanto aos serviços de apoio às famílias, percebeu-se uma desarticulação entre eles, refletindo na dificuldade de respostas às demandas geradas. A importância da participação da rede afetiva é mencionada como o principal mecanismo de proteção de que dispõem. Apontam como desafios na superação dos episódios vivenciados, as dificuldades de relacionamento entre autor e vitima e a falta de acompanhamento do Conselho Tutelar. Pretende-se contribuir para a efetivação dos direitos da criança e do adolescente, fornecendo elementos para a estruturação de redes de combate à violência intrafamiliar, e capacitação dos seus profissionais.

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Publicado

2012-08-01

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