Violência doméstica e sexual em mulheres e suas repercussões na fase do climatério

Autores

  • Sandra Dircinha Teixeira de Araujo Moraes Nucleo de Estudos sobre Violência e Humanização da Assistência à Saúde
  • Angela Maggio da Fonseca Nucleo de Estudos sobre Violência e Humanização da Assistência à Saúde
  • Vicente Renato Bagnoli University of São Paulo; School of Medicine-General Hospital
  • José Maria Soares Júnior University of São Paulo; School of Medicine-General Hospital
  • Eli Mendes de Moraes Nucleo de Estudos sobre Violência e Humanização da Assistência à Saúde
  • Erika Mendonça das Neves Nucleo de Estudos sobre Violência e Humanização da Assistência à Saúde
  • Marina de Araújo Rosa Nucleo de Estudos sobre Violência e Humanização da Assistência à Saúde
  • Caio Fabio Schlechta Portella Nucleo de Estudos sobre Violência e Humanização da Assistência à Saúde
  • Edmundo Chada Baracat University of São Paulo; School of Medicine; General Hospital; Department of Gynecology

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.44939

Palavras-chave:

violência doméstica, violência sexual, menopausa, comorbidades no climatério, Índice de Kupperman

Resumo

INTRODUÇÃO: a violência doméstica e, particularmente, a sexual pode implicar em maior ocorrência de comorbidades no climatério. OBJETIVO: avaliar as repercussões no climatério da violência domestica e sexual. MÉTODO: estudo transversal em 124 mulheres menopausadas, entre 40 e 65 anos, que sofreram violência doméstica e/ou sexual, e um grupo controle (mulheres na menopausa que não sofreram violência n=120). As expostas à violência foram divididas em três grupos: 1-violência sofrida na infância e/ou adolescência, 2-fase adulta, 3-ambas as fases, e aplicou-se questionário sobre violência doméstica e sexual. Correlacionou-se a intensidade dos sintomas climatéricos medido pelo Índice Menopausal de Kupperman (IK), tipo de violência sofrida, fase da vida exposta à violência, comorbidades apresentadas no climatério e percepções da mulher sobre a forma com que os diversos profissionais acolheram ou não nos eventos traumáticos. No grupo controle avaliamos IK e numero de comorbidades. RESULTADOS: aquelas que sofreram violência na infância/adolescência apresentam media de 5,1 comorbidades; na fase adulta 4,6; e em ambas as fases 4,4, com mediana de 5,0 em todas as fases; sem violência (controle) 2,8. As que sofreram violência sexual apresentam mais comorbidades em relação aquelas que sofreram outros tipos de violência. Houve associações significativas entre ter sofrido qualquer tipo de violência em ambas às fases e IK grave e ter sofrido violência sexual em qualquer fase da vida, e IK no mínimo moderado. CONCLUSÃO: mulheres que sofreram violência doméstica e sexual apresentam mais comorbidades e IK elevado em relação ao grupo controle.

Referências

Moraes SD, Fonseca AM, Júnior JMS, Vicente AP, Souza MA, Arie WMY, et al. Construction and Validation of an instrument that breaks the silence: The impact of domestic and/or sexual violence on women’s health, as show during climaterium. Menopause (New York, N.Y.). v.1,p.75, 2011. DOI: 10.1097/gme.0b013e3182214e12

Sousa RL, Sousa ESS, Silva JCB. Fidedignidade do teste-reteste na aplicação do Índice Menopausal de Blatt e Kupperman. Rev BrasGinecol Obstet. 2000, 22(8):481-7. DOI:10.1590/S0100-72032000000800003

Garcia-Moreno C, Jansen HA, Ellsberg M, Heise L, Watts CH et al. Prevalence of intimate partner violence: findings from the WHO multi-country study on women’s health and domestic violence. Lancet;368(9543):1260-9, 2006.DOI: 10.1016/S0140-6736(06)69523-8

Silva Filho CR, Baracat EC, Conterno LO, Haidar MA, Ferraz MB. Climacteric symptoms and quality of life: validity of Women’s Health Questionnaire. Rev Saúde Pública; 39(3):333-9, 2005. DOI: 10.1590/S0034-89102005000300002

Campbell JC, Health consequences of intimatepartner violence. The Lancet, Vol 359, April 13,2002. DOI: 10.1016/S0140-6736(02)08336-8

Mouton CP, Rodabough RJ, Rovi SLD, BrzyskiRG, Katerndahl DA. Psychosocial Effects of Physical and Verbal Abuse in Postmenopausal Women. Annals of Family Medicine, vol. 8, no.3, 2010. DOI: 10.1370/afm.1095

Walker R, Shannon L, Logan TK. Sleep Loss and Partner Violence Victimization. J Interpers Violence. 2010. DOI: 10.1177/0886260510372932

Ellsberg M, Jansen HAFM, Heise L, Watts CH, Moreno CG. Intimate partner violence and women’s physical and mental health in the WHO multi-country study on women’s health and domestic violence: an observational study, Lancet; 371: 1165–72, 2008 DOI: 10.1016/S0140-6736(08)60522-X

Reed E. Intimate partner violence: a gender-based issue? Am J Public Health; 98(2): 197-8; author reply 198-9, 2008. DOI: 10.2105/AJPH.2007.125765

Greenfield EA, Marks NF. Profiles of physical and psychological violence in childhood as a risk factor for poorer adult health: evidence from the 1995-2005 National Survey of Midlife in the United States. J Aging Health; 21(7): 943-66,2009. DOI: 10.1177/0898264309343905

Albers G, Echteld MA, de Vet HC, Onwuteaka-Philipsen BD, van der Linden MH, Deliens L. Evaluation of quality-of-life measures for use in palliative care: a systematic review. Palliat Med 24: 17-37, 2010. DOI: 10.1177/0269216309346593

Durrant JE, Trocmé N, Fallon Barbara, Milne C, Black T, Knoke D. Punitive Violence Against Children in Canada. Public Health Agency ofCanada - Technical Paper Series, 2006.

Finkelhor D, Ormrod RK, Turner HA. Re-victimization patterns in a national longitudinal sample of children and youth. Crimes against Children Research Center, University of New Hampshire, 2006. DOI: 10.1016/j.chiabu.2006.03.012

Wolfe DA, Crooks CV, Lee V, McIntyre-Smith A, Jaffe PG. The Effects of Children’s Exposure to Domestic Violence: A Meta-Analysis and Critique. Clinical Child and Family Psychology Review 6 (3): 171-187, 2003. DOI: 10.1023/A:1024910416164

Schraiber L B, D’Oliveira AFPL, França-Junior I, Diniz S, Portella AP, Ludermir AB, et al. Prevalence of intimate partner violence against women in regions of Brazil. Rev. Saúde Pública. Oct; 41(5): 797-807, 2007. DOI: 10.1590/S0034-89102007000500014

Pérez IR, Castanõ JP, Lozano MR. Physical health consequences of intimate partner violence in Spanish women. European Journal of Public Health, Vol. 17, No. 5, 437–443, 2007. DOI:10.1093/eurpub/ckl280

Grassi-Oliveira R, Stein LM, Pezzi JC. Tradução e validação de conteúdo da versão em português do Childhood Trauma Questionnaire/Translation and content validation of the Childhood Trauma Questionnaire into Portuguese language. Rev Saude Publica;40(2): 249-255, abr. 2006. DOI: 10.1590/S0034-89102006000200010.

Dhakal S. Nepalese women under the shadow of domestic violence. The Lancet Vol 371 February 16, 2008. DOI: 10.1016/S0140-6736(08)60254-8

Bossarte RM; Swahn MH; Choudhary E. The associations between area of residence, sexual violence victimization, and asthma episodes among US adult women in 14 states and territories, 2005-2007. J Urban Health; 86(2):242-9, 2009. DOI: 10.1007/s11524-008-9340-5.

Bernstein DP, Stein JA, Newcomb MD, Walker E, Pogge D, Ahluvalia T, et al. Development and validation of a brief screening version of the childhood trauma questionnaire. Child Abuse Negl.27(2):169-90, 2003. DOI: 10.1016/S0145-2134(02)00541-0

Moraes SDTA et al. Acolhendo o acolhedor: o caminho mais curto para a humanização da assistência. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum. 2009; 19(3): 393-402.

Downloads

Publicado

2012-08-01

Edição

Seção

Pesquisa Original