Interações sociais precoces: uma análise das mudanças nas funções parentais

Autores

  • Sandra A N Nunes Faculdade de Tecnologia e Ciências de Itabuna; Núcleo de Saúde-Curso de Psicologia
  • Marcos G Fernandes Universidade Estadual de Santa Cruz; Departamento de Ciências da Saúde
  • Mauro L Vieira Universidade Federal de Santa Catarina; Departamento de Filosofia e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19858

Palavras-chave:

Interação social, Apego, Comportamento parental

Resumo

As interações físicas e afetivas estabelecidas entre progenitores e seus descendentes vêm sendo rediscutidas na ciência psicológica, em virtude de contribuições recentes oferecidas pela Psicologia do Desenvolvimento Evolucionista (PDE). Pretende-se, no presente artigo, fazer uma revisão das teorias clássicas e contemporâneas que trataram de explicar os fatores implicados na gênese, no desenvolvimento e na função das interações precoces entre filhos e mães e pais. Buscar-se-á estabelecer as modalidades de vinculação em diferentes espécies, a partir de uma abordagem evolucionista, até se chegar à conduta de apego e à sua contraparte, o comportamento parental, em sua dinâmica normal e patogênica, na espécie homo. A psicopatologia do vínculo mãe-bebê, em especial a depressão puerperal, será analisada tendo como pano de fundo a contradição entre as características biológicas da espécie e as exigências culturais que as sociedades industrializadas impõe à mãe e ao pai, destacando papel que o investimento paterno e aloparental assumem no desenvolvimento favorável do bebê e, conseqüentemente, no re-estabelecimento da puérpera.

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Publicado

2007-12-01

Edição

Seção

Atualização