A lepra e as sensibilidades de um ex-interno da Colônia de Itanhenga no Espírito Santo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/khronos.v0i6.150673

Palavras-chave:

Lepra, Estigma, Doenças, Isolamento compulsório

Resumo

Este artigo traz a história dos doentes de lepra, pessoas que viveram segregadas, internadas compulsoriamente numa instituição asilar, em decorrência de uma enfermidade, que ainda nos dias atuais é carregada de estigma. O presente trabalho é fruto de pesquisas realizadas numa antiga colônia de leprosos, a Colônia de Itanhenga, atual hospital Pedro Fontes, em Cariacica, no Espírito Santo.  No antigo leprosário, pautado pelo estigma e pelo isolamento compulsório, entrevistamos pacientes, médicos e funcionários da localidade pelo. Ali encontramos um cenário a princípio desenhado pela exclusão social, e  perda dos laços familiares pelos pacientes. No entanto encontramos também relatos surpreendentes, de superação, histórias de ex-internos que contornaram a doença e as consequências do isolamento no interior do próprio leprosário. Para esta análise recorremos a história de um dos pacientes residente nas instalações do antigo leprosário de Itanhenga. A partir de recortes de alguns trechos da entrevista, procuramos demonstrar não somente os efeitos negativos do isolamento e da exclusão, sobre este paciente, mas a história de alguém que soube driblar a doença e as imposições de uma politica de combate à doença. Nosso entrevistado é um, entre tantos doentes que apesar da enfermidade, e do isolamento foram capazes de contornar a doença e seus efeitos, transformando aquele local de isolamento num espaço de acolhimento e de recomeço de uma vida nova.

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Biografia do Autor

  • Sebastião Pimentel Franco, Universidade Federal do Espírito Santo

    Licenciado em História pela Universidade Federal do Espírito Santo (1977). Bacharel em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (1981). Mestre em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo (1994). Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (2001). Pós Doutor em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2013). Atualmente é professor Professor do Programa de Pós-Graduação Profissionalizante em Ciência Tecnologia e Educação da Faculdade Vale do Cricaré. É Titular da Universidade Federal do Espírito Santo onde atuou como professor/pesquisador e atua hoje no Programa de Pós-Graduação em História Social das Relações Políticas. Área de atuação: Estudo das políticas públicas na área de educação implementadas pelos governos imperiais e republicanos, História da medicina, com ênfase na história da saúde e representação social das doenças e História do Brasil e do Espírito Santo no Oitocentos. Participante do Grupo de Pesquisa História, Poder e Linguagens.

  • Simone Santos Almeida Silva, Universidade Federal do Espírito Santo

    Pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em História na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), como bolsista FAPES /CAPES - Bolsa de Fixação de Doutores. Doutora em História das Ciências e da Saúde - Casa de Oswaldo Cruz/FIOCRUZ-RJ. Mestre em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2003). Graduação em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2000). Membro do grupo de pesquisa "O físico, o mental e o moral na história dos saberes médicos e psicológico" (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz). Pesquisas e trabalhos desenvolvidos na área de História do Brasil, História Moderna e Contemporânea. Pesquisa os seguintes temas: história, história das ciências e da saúde, dos saberes médicos entre os séculos XVIII e XIX, dos saberes psi, história das doenças. Desenvolve pesquisa sobre a lepra no Brasil, participando do projeto: Inventário e organização da documentação do Hospital Pedro Fontes Itanhenga. UFES Vitória/ES. O projeto tem por finalidade, inicialmente, inventariar a documentação alusiva ao funcionamento do Hospital Pedro Fontes bem como colher depoimentos de ex internos, familiares, médicos, e funcionários recolhendo dados sobre o cotidiano da colônia e o funcionamento desta instituição asilar. Num segundo momento, pretende-se reunir todo o material coletado para que o mesmo fique disponível no site do PPGHIS/UFES, a todos os pesquisadores da temática da doença lepra, atualmente denominada Hanseníase.

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Publicado

2018-12-31

Edição

Seção

Dossiê “História das doenças e artes de curar"

Como Citar

Franco, S. P., & Silva, S. S. A. (2018). A lepra e as sensibilidades de um ex-interno da Colônia de Itanhenga no Espírito Santo. Khronos, 6, 14. https://doi.org/10.11606/khronos.v0i6.150673