Tá serto! Só que não... argumentação, enunciação, interdiscurso

Autores

  • Mónica Graziela Zoppi-Fontana Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP
  • Sheila Elias de Oliveira Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v29i2p123-155

Palavras-chave:

Enunciação, Argumentação, Delocutividade, Modalização, Discurso digital.

Resumo

Neste artigo abordamos a relação entre discurso, enunciação e argumentação. Tomamos a argumentação como fato de linguagem com diferentes modos de inscrição na língua, na enunciação e no interdiscurso. Como tal, ela permite observar o funcionamento do político na linguagem: as divisões das línguas e dos falantes em relação aos direitos ao dizer, aos modos de dizer e às posições ideológicas (interdiscursivas) que os determinam como base de constituição das relações argumentativas. Especificamente, observamos o funcionamento da argumentação em um fato de enunciação: a delocutividade, que implica retomadas do dizer, produzindo novas formas linguísticas a partir da relação de enunciação. Analisamos duas interjeições delocutivas, Tá serto e Só que não. Ambas as formas encontram sua origem nas enunciações digitais no Brasil e sua materialidade está ligada intrinsecamente ao modo de produção e circulação da escrita no ambiente digital. Enquanto formas da língua, elas são afetadas pelos processos que participam da construção do léxico e de regularidades do sistema linguístico. A deriva das formas completas tá serto, só que não, para as formas abreviadas e seu uso como hashtags #serto, #sqn, são um traço do processo de estabilização destas formas na língua, por efeito da delocutividade enunciativa, que as incorpora às regularidades do sistema como indicadores de um modo de dizer irônico, aproximando-se no seu valor semântico-enunciativo a outros marcadores de modalização.

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Publicado

2016-12-12

Como Citar

ZOPPI-FONTANA, Mónica Graziela; OLIVEIRA, Sheila Elias de. Tá serto! Só que não... argumentação, enunciação, interdiscurso. Linha D’Água, [S. l.], v. 29, n. 2, p. 123–155, 2016. DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v29i2p123-155. Disponível em: https://revistas.usp.br/linhadagua/article/view/120001.. Acesso em: 28 mar. 2024.