Letramento e identidade: o que revelam os textos de alunos egressos do ensino fundamental e médio?

Autores

  • Ademar da Silva Universidade Federal de São Carlos

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v25i1p165-182

Resumo

Atualmente os textos escritos de muitos alunos
egressos do ensino fundamental e médio chamam atenção pela forte marca da oralidade e pela ocorrência repetida dos mesmos tipos “desvios” cometidos pelas crianças no início da alfabetização. Com o objetivo de verificar o porquê dessas ocorrências e em que medida elas se repetem, foram analisadas 146 redações do SARESP de alunos das 8ªs e 3ªs séries do ensino fundamental e médio de uma escola do interior de
São Paulo. A análise de tais “desvios”, quer sejam de segmentação da palavra escrita ou ortográficos, mostra que muitos alunos ainda ignoram a marca convencional da escrita alfabética padrão e saem do curso secundário escrevendo a sua maneira. Isso nos levou a postular o aparecimento de uma interescrita. Apesar de resistente e de persistir como proposta de produção de texto de muitos alunos, essa escrita intermediária pode ser apenas uma fase no longo e árduo processo de autocorreção e aquisição do modelo convencional. A ausência de ensino e de correção sistemática de traços que são próprios da modalidade escrita estavam presentes no ideário construtivista dos anos 1980 e 1990. Nessas ausências talvez estejam as causas desse fracasso escolar, que traz no seu bojo questões de identidade e letramento a serem discutidas.

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Publicado

2012-06-30

Como Citar

SILVA, Ademar da. Letramento e identidade: o que revelam os textos de alunos egressos do ensino fundamental e médio?. Linha D’Água, São Paulo, v. 25, n. 1, p. 165–182, 2012. DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v25i1p165-182. Disponível em: https://revistas.usp.br/linhadagua/article/view/37371.. Acesso em: 25 abr. 2024.