A palavra e o imaginário em Alice através do Espelho, de Lewis Carroll

Autores

  • Maria José Palo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9826.literartes.2014.89210

Palavras-chave:

interações dialógicas, não-finalização, diálogo, imaginário, criatividade, poética

Resumo

Este trabalho examina as inter-relações entre as funções lógicas do nonsense no discurso de Alice através do Espelho, de Lewis Carroll, e seus efeitos assimétricos e lúdicos mediados pela palavra celebrada pela técnica, imaginação e fantasia. Nossa hipótese prevê uma leitura possível de existência de orientação externa aos falares e acentuações, no pensar de Bakhtin, que o escritor Carroll inaugura em seu trabalho de estratificação verbal discursiva a ser legitimado pelo ato de narrar entre dois limiares, o semiósico e o linguístico. Guiada pela lógica especular, a palavra nonsensi
cal passa a ser uma voz interativa no discurso. Neste caso, o compromisso da palavra na narrativa carrolliana não-finalizada se remete à anti-lógica da linguagem, não mais única, mas celebrando as leis da prosa poética pelo imaginário.

Biografia do Autor

  • Maria José Palo
    Professora-Doutora filiada  ao Departamento de Arte (FAFICLA) PUCSP. Leciona Literatura Brasileira no Programa de Pós-Graduação em Literatura e Crítica Literária desde 2002 até hoje. Pesquisadora CAPES com Projeto intitulado:
    O Narrador e as fronteiras do Relato. Linha de Pesquisa: Crítica literária: tradição e novas perspectivas estético-culturais.

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Publicado

2014-12-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A palavra e o imaginário em Alice através do Espelho, de Lewis Carroll. Literartes, [S. l.], n. 3, p. 122–141, 2014. DOI: 10.11606/issn.2316-9826.literartes.2014.89210. Disponível em: https://revistas.usp.br/literartes/article/view/89210.. Acesso em: 19 mar. 2024.