Uma beleza congelante: a morte e sexualidade em A Rainha da Neve, de Hans Christian Andersen e suas refigurações
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9826.literartes.2019.163374Palavras-chave:
A Rainha da Neve, Sexualidade, Morte, Refiguração, ImaginárioResumo
A bela e congelante Rainha da Neve, do conto homônimo de Hans Christian Andersen (Snedronningen, The Snow Queen, 1844), adquire sobrevidas em outras narrativas, tanto literárias como audiovisuais, permanecendo ainda viva no imaginário contemporâneo. Esse conto andersiano, de tessitura complexa, construído no contexto do romantismo, entre o espiritualismo cristão e o maravilhoso pagão, constitui-se em uma narrativa de formação, um rito de passagem da infância para a vida adulta, do qual depreendemos tanto o prenúncio para a morte, como os primeiros contatos com sexualidade. Este artigo propõe-se a analisar as simbologias depreendidas dessa misteriosa personagem refletidas, ou não, em suas refigurações Jadis, a feiticeira branca de As Crônicas de Nárnia, de C. S. Lewis e Elsa, da animação Frozen: uma aventura congelante (Disney, 2013) com destaque para o protagonismo feminino.
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