O diário póstumo de Hervé Guibert como espaço de escritura, de decantação da gramática autobiografemática e ato final de um projeto autoficcional

Autores

  • Willian Vieira Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i42p162-178

Palavras-chave:

Autoficção, diário, escrita diarística, espaço autobiográfico, autobiografema

Resumo

Esse artigo propõe uma análise detida de Le mausolée des amants, considerado o último livro de Hervé Guibert, publicado dez anos após sua morte de AIDS como um diário. Problematiza-se aqui sua constituição genérica, visto tratar-se de um complexo constructo de notação e escrita diarística, processo e fonte de criação romanesca paralelo aos romances e um romance em si – que, por fim, abraça todos os procedimentos típicos da escrita autoficcional guibertiana. Da criação, o foco desse artigo recai na recepção: em meio ao que diz o autor-narrador-protagonista no próprio volume e Guibert, autor, em epitextos diversos, como o leitor recebeu e recebe ainda hoje uma obra como essa? 

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Biografia do Autor

  • Willian Vieira, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Doutor em letras modernas pela USP.

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Publicado

2020-12-23

Como Citar

Vieira, W. (2020). O diário póstumo de Hervé Guibert como espaço de escritura, de decantação da gramática autobiografemática e ato final de um projeto autoficcional. Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 42, 162-178. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i42p162-178