Fractais da literatura: o diálogo epistolar entre Hilda Hilst e Caio Fernando Abreu

Autores

  • Andréa Jamilly Rodrigues Leitão Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i42p144-161

Palavras-chave:

Carta, apropriação, Caio Fernando Abreu, Hilda Hilst, Ditadura militar

Resumo

Importa ao presente trabalho deter-se em um trecho de uma das cartas de Caio Fernando Abreu destinadas a Hilda Hilst e explicitar de que modo se deu o movimento de apropriação exercido pela escritora para conceber parte do enredo da narrativa “Axelrod (da proporção)”, de Tu não te moves de ti (1980). Com base no trânsito contínuo entre vida e ficção, esses escritos remontam, como pano de fundo, ao período histórico da ditadura militar (1964-1985) e inscrevem textualmente uma crítica à violência das formas institucionalizadas de dominação, sob o controle que atravessa os corpos e a ordem ideológica dos discursos.

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Biografia do Autor

  • Andréa Jamilly Rodrigues Leitão, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo.

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Publicado

2020-12-23

Como Citar

Leitão, A. J. R. . (2020). Fractais da literatura: o diálogo epistolar entre Hilda Hilst e Caio Fernando Abreu. Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 42, 144-161. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i42p144-161