Paradoxos da (des)possessão

capitalismo, ambivalências e dimensões mágicas do consumo na contemporaneidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v12i2p79-101

Palavras-chave:

Consumo, Comunicação, Capitalismo, Possessão

Resumo

O artigo aborda ambivalências e paradoxos dos processos de consumo na contemporaneidade, analisando-os desde uma perspectiva comunicacional. Epistemologicamente, dialoga com os marcadores da impureza, da bastardia e do tensivo para problematizá-los. Corroborando as entonações de Jesús Martín-Barbero, do consumo como forma de dominação chega-se à dominação como uma forma de consumo. Nessa direção, os paradoxos da (des)possessão são chaves de análise do capitalismo, no qual uma ordem de consumo sideralizada e afetual é posta em circulação, ancorada, como advogado por Paul Preciado, na produção e disseminação em larga escala de medicamentos e audiovisualidades cujo objetivo é designar modos corretos e compulsórios de gozar.

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Biografia do Autor

  • Rose de Melo Rocha, Escola Superior de Propaganda e Marketing

    Doutora em Ciências da Comunicação pela ECA/USP com pós-doutorado em Ciências Sociais/Antropologia na PUCSP. Professora titular do PPGCOM-ESPM. Líder do grupo de pesquisa Juvenália. Pesquisadora do GT Clacso Infâncias e Juventudes. Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq.

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Publicado

2018-08-29

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Rocha, R. de M. (2018). Paradoxos da (des)possessão: capitalismo, ambivalências e dimensões mágicas do consumo na contemporaneidade. MATRIZes, 12(2), 79-101. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v12i2p79-101