"Ouça sempre o outro lado"

a pluralidade de fontes na perspectiva dos manuais de redação

Autores

  • Júlia Capovilla Luz Ramos Universidade Federal de Santa Maria
  • Elise Azambuja Souza Universidade Federal de Santa Maria

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2019.155227

Palavras-chave:

Fontes Jornalísticas, Pluralidade, Manuais de Redação

Resumo

No presente trabalho analisamos como os manuais de redação dos jornais brasileiros Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, Zero Hora e Estado de Minas abordam o acionamento de fontes jornalísticas e a ideia de pluralidade de versões como forma de garantir isenção e objetividade às narrativas jornalísticas. Considerando a noção de serviço público exigida do jornalismo e o dever de dar conta de todas as perspectivas do fato noticiado, o objetivo é compreender como esse tipo de material normativo orienta os profissionais sobre o tema. Observamos que as orientações trazidas pelos manuais não refletem a complexidade da questão, reduzindo a discussão sobre a necessária pluralidade de fontes e versões a casos controversos e à máxima “ouvir o outro lado”, contribuindo para a perpetuação de rituais estratégicos (TUCHMAN, 2016) não necessariamente eficazes.

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Biografia do Autor

  • Júlia Capovilla Luz Ramos, Universidade Federal de Santa Maria

    Doutora e mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Membro
    do Grupo de Pesquisa Estudos de Jornalismo (CNPq/UFSM).

  • Elise Azambuja Souza, Universidade Federal de Santa Maria

    Doutoranda e Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria. Membro do grupo de pesquisa Estudos de Jornalismo (CNPq/UFSM)

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Publicado

2019-07-04

Edição

Seção

ARTIGOS

Como Citar

"Ouça sempre o outro lado": a pluralidade de fontes na perspectiva dos manuais de redação. (2019). Novos Olhares, 8(1), 109-119. https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2019.155227