O processo como obra

de Anton Tchekhov a Enrique Diaz e Eduardo Coutinho, caminhos para Moscou

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2019.157802

Palavras-chave:

Moscou, As Três Irmãs, Work in Progress, Processos de Criação, Estudos Interartes

Resumo

Este artigo propõe uma análise interartes do documentário Moscou (2009), no qual Eduardo Coutinho apresenta o processo de criação de uma montagem da peça As três irmãs, de Anton Tchekhov, com atores do Grupo Galpão dirigidos por Enrique Diaz. O trabalho evoca conexões entre tradição e contemporaneidade ao traçar um percurso desde a escrita da peça – bem como sua primeira montagem – na Rússia do início dos anos 1900 até a cena cultural brasileira da década de 2000. Desta forma, estabelecemos um diálogo entre teóricos do teatro – do drama e da cena –, do cinema e dos processos de criação. Observamos, por fim, que o documentário, ao se contaminar com a manifestação teatral e com a ideia de work in progress, atua como um “caderno de registros” e território de inscrição das poéticas de Tchekhov, de Diaz, de Coutinho e dos atores do Grupo Galpão, circunscritas pela problemática do tempo.

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Biografia do Autor

  • Lucas Martins Néia, Universidade de São Paulo

    Roteirista, dramaturgo e diretor teatral. Doutorando em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Pesquisador do Centro de Estudos de Telenovela (CETVN/ECA-USP) e do Observatório Ibero-Americano da Ficção Televisiva (Obitel). Bolsista Capes.

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Publicado

2019-12-06

Edição

Seção

ARTIGOS

Como Citar

O processo como obra: de Anton Tchekhov a Enrique Diaz e Eduardo Coutinho, caminhos para Moscou. (2019). Novos Olhares, 8(2), 88-97. https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2019.157802