Seriam as fake news mais eficazes para campanhas de direita?

– uma hipótese a partir das eleições de 2018 no Brasil

Autores

  • Eugenio Bucci Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2019.162062

Palavras-chave:

Campanha Eleitoral Brasileira (2018), Pós-verdade, Redes Sociais, Verdade Factual, Fake News

Resumo

A campanha presidencial brasileira de 2018 mostrou forte desgaste de imagem da política tradicional (partidos e políticos). Trouxe evidências – que já tinham sido observadas nos Estados Unidos – de que os seguidores da extrema-direita seriam mais propensos a propagar notícias fraudulentas nas redes sociais. O presente artigo revisita várias pesquisas sobre as eleições de 2018 no Brasil e as de 2016 nos Estados Unidos e anota que, ao menos pelos dados disponíveis, o populismo de viés conservador (de direita) dá sinais de ser mais eficaz no uso das fake news, tirando mais vantagens da ruptura entre o debate político e aquilo a que Hannah Arendt deu o nome de “verdade factual”. Resta saber, a partir de agora, se novos estudos confirmarão a maior aptidão do conservadorismo político para o uso das notícias fraudulentas e quais consequências sobrevirão para a ordem democrática.

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Biografia do Autor

  • Eugenio Bucci, Universidade de São Paulo

    Professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Membro do Conselho Científico-Cultural do Instituto de Estudos Avançados da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Conselho Administrativo do Colégio Santa Cruz de São Paulo, do Conselho Consultivo da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e do Conselho Editorial da revista Pesquisa Fapesp.

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Publicado

2019-12-06

Edição

Seção

ARTIGOS

Como Citar

Seriam as fake news mais eficazes para campanhas de direita? – uma hipótese a partir das eleições de 2018 no Brasil. (2019). Novos Olhares, 8(2), 21-29. https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2019.162062