A hora dos ruminantes, de José J. Veiga

o mundo visto pelos olhos de Manarairema

Autores

  • Flaviana Mesquita Amâncio Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2019.155003

Palavras-chave:

Modernização, Impasses, Reconfiguração da realidade, Nostalgia, Insólito

Resumo

O artigo busca desenvolver a hipótese de que o romance A hora dos ruminantes, de José J. Veiga, reelabora de forma consequente os impasses da modernização do Brasil na segunda metade do século XX. O argumento chave é o de que o cerne do romance está na forma como os munícipes dessas pequenas cidades do interior do país, como a isolada Manarairema, reconfiguram sua realidade frente a um cenário de rápidas transformações. Atribuindo à modernidade ora a insígnia do progresso e da eliminação da miséria, ora da morte dos antigos costumes e tradições, os manarairenses recorrem à idealização de um passado tranquilo no campo. Mas essa reconfiguração da realidade não se restringe a um sentimento de nostalgia: os bois e cachorros que invadem a cidade ao fim do romance, misturando elementos familiares da vida rural e fantasia, são prenúncio de uma grande mudança: a modernização. Sugere-se, no artigo, que o insólito em Veiga pode estar ligado a uma construção figurativa que se aproxima mais de nossa realidade concreta do que a um mundo fantasioso.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Flaviana Mesquita Amâncio, Universidade Federal de Goiás

    Mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal de Goiás com a dissertação Figurações da modernização em “A usina atrás do morro”, A hora dos ruminantes e “A estranha máquina extraviada”, de José J. Veiga. E-mail: flavianamesquita97@gmail.com

Referências

CANDIDO, Antonio. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Editora Ática, 1989.

CARVALHO, Leonice de Andrade. Objetos e turbulência: uma análise da contística veiguina. Tese (doutorado em Teoria literária e literatura) - Universidade de Brasília, Brasília, 2015.

HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. 27ª ed. São Paulo: Companhia das letras, 2014.

JUNIOR, Caio Prado. Formação do Brasil Contemporâneo. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

LUCAS, Fábio. Razão e emoção literária. São Paulo: Duas Cidades, 1982.

PRADO, Antonio Arnoni. Prefácio de A hora dos ruminantes. In: VEIGA, J. J. A hora dos ruminantes. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

SANTOS, Nedilson César Rodrigues dos. Adequação e impasses de uma narrativa: uma leitura de A hora dos ruminantes, de José J. Veiga. Dissertação (Mestrado em teoria literária e literatura comparada) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

TURCHI, Maria Zaíra. As variações do insólito em José J. Veiga. In: ORGANON: v. 19, n. 38-39, págs. 147 – 158, 2005. Disponível em < http://seer.ufrgs.br/organon/article/view/30065/18650>.

VEIGA, J. J. A hora dos ruminantes. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

WILLIAMS, Raymond. O campo e a cidade na história e na literatura. BRITO, Paulo Henriques (trad.). São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

Downloads

Publicado

2019-07-30

Edição

Seção

Outras contemplações sobre a prosa e poesia nacional

Como Citar

A hora dos ruminantes, de José J. Veiga: o mundo visto pelos olhos de Manarairema. (2019). Opiniães, 14, 257-271. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2019.155003