O absurdo impertinente: intersecções filosóficas e fantásticas na obra de José J. Veiga

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2020.165844

Palavras-chave:

Literatura fantástica, Absurdo, Literatura brasileira

Resumo

Esse artigo visa apresentar duas concepções que apresentam possíveis encontros na análise da narrativa do escritor brasileiro José J. Veiga. Primeiramente, demonstraremos como se desenvolve uma das teorias de análise contemporâneas do fantástico na literatura sob a perspectiva do professor David Roas (2011, 2014). A seguir, através do estudo da obra do filósofo e escritor argelino Albert Camus, em especial seu livro O mito de Sísifo (2019), iremos apontar em linhas gerais as características mais discutidas da chamada filosofia do absurdo defendida pelo escritor. A partir dessas comparações iremos apontar as semelhanças entre os estudos filosóficos de Camus e a teoria da literatura fantástica desenvolvida por Roas e apontar como ambas apresentam pontos de intersecção na literatura do autor brasileiro José J. Veiga, em especial em dois de seus contos “O galo impertinente” e “ Onde andam os didangos?”, ambos do livro A estranha máquina extraviada (2010), conduzindo a uma leitura fantástica-absurda da obra do autor em conexão com uma possível ontologia de mundo.

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Biografia do Autor

  • Rafael Vinicius Costa Corrêa, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

    Graduado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

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Publicado

2020-07-31

Como Citar

O absurdo impertinente: intersecções filosóficas e fantásticas na obra de José J. Veiga. (2020). Opiniães, 16, 254-277. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2020.165844