O arranjador na Crônica da casa assassinada, de Lúcio Cardoso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2020.178995

Palavras-chave:

Crônica da casa assassinada, Lúcio Cardoso, Literatura Brasileira, Arranjador, Teoria do romance

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar o processo de criação de uma figura incógnita presente no romance Crônica da casa assassinada, publicado pelo escritor mineiro Lúcio Cardoso no ano de 1959. Essa figura é responsável por resgatar os registros escritos dos dez narradores-personagens, rearranjando-os de forma a reconstituir a história da família Meneses. Na primeira parte, vamos desvendar o enredo oculto que subjaz a narrativa, analisando como a figura incógnita se movimenta pelas marcas gráficas e nas notações em itálico. Em seguida, essa figura será analisada à luz do conceito de arranjador (arranger), uma espécie de persona do autor que exerce pressão na economia narrativa. Por fim, discutiremos a hipótese de essa figura incógnita ser Glael, o filho perdido de Nina.

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Biografia do Autor

  • Eduardo Marinho da Silva, Universidade de São Paulo

    Graduado em Letras, com habilitação em Português (Bacharelado e Licenciatura), pela Universidade de São Paulo (2016). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira na FFLCH-USP com a dissertação "Trama íntima e figuração derradeira: o arranjador e a orquestração das vozes narrativas na Crônica da casa assassinada, de Lúcio Cardoso" (2020) com Bolsa Capes. Atualmente é aluno de doutorado no mesmo programa de pós-graduação, estudando a introspecção nos romances de Lúcio Cardoso (Bolsa Capes DS – código de financiamento 001).

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Publicado

2020-12-20

Como Citar

O arranjador na Crônica da casa assassinada, de Lúcio Cardoso. (2020). Opiniães, 17, 220-244. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2020.178995