Daquelas que escrevem: (políticas de um corpoescrita feminista na academia)
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2021.179879Palavras-chave:
Feminismo, Academia, Escrita de mulheres, Corpoescrita, Ciência de rodaResumo
Tocadas da cabeça aos pés por uma subjetividade afrolatinoamericana que nos convoca a disputar narrativas e desestabilizar verdades ditas sobre nós, propomos neste ensaio nos (des)orientarmos na polifonia das rodas e vozes possíveis – na universidade, na vida, nas relações. Fazer ciência de roda e a gira nessa roda ensaística de mulheres heterogêneas, marcadas por suas histórias, afetadas por um tempo, é o modo como escolhemos movimentar afetos, é mais do que um método, é um modo de dança e luta, é um ethos e política de encontro. Nosso feminismo posiciona-se como prática de combate às desigualdades e opressões de raça, gênero, classe, idade e orientação sexual. Tecer um corpoescrita é escrever com os acontecimentos vitais que nos constituem, corporificar-se na escritura, tecnologia artística que produz e acompanha processos de subjetivação. No corpoescrita daquelas que escrevem que a racionalidade é objetiva, parcial, inacabada, local, contextualizada, selvagem. É com essa escrita artística e feminista na academia que performatizamos ciência e vida juntas. Produzir conhecimento é construir saberes e fazeres que deslocam, interferem, misturam, reavaliam nossos modos de existir, é criar-se. Quantas e quem são as mulheres em nossas referências bibliográficas? Com quais mulheres damos as mãos em nossas produções de conhecimento?
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