A apreensão sensível da natureza em Goethe e Humboldt

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.v0i42p11-22

Palavras-chave:

Johann Wolfgang von Goethe, Alexandre von Humboldt, Natureza, Paisagem, Pintura, Poesia

Resumo

O texto busca interpretar as noções de natureza e paisagem em certas obras de Johann Wolfgang von Goethe e Alexandre von Humboldt. Para ambos, enquanto que a natureza seria a totalidade dos fenômenos naturais, a paisagem seria um fragmento dessa totalidade enquadrada pela experiência do olhar constantemente treinado. Assim, a paisagem, tanto para Goethe como para Humboldt, é formulada pelo desejo de apresenta-la segundo a dimensão estética, isto é, seria necessário sensibilidade e imaginação para perceber a natureza em sua completude. No início do ensaio mostra-se a noção goetheana de natureza e paisagem lançando luz sobre alguns de seus romances e doutrinas científicas, tais como Os sofrimentos do jovem Werther, Novela ou história de uma caçada e Metamorfose das Plantas. Em seguida, apresenta-se o entendimento humboldtiano sobre ambas as categorias assimiladas segundo poesia e ciência. Finalmente, analisa-se algumas afinidades e diferenças conceituais que há entre o poeta e o naturalista prussiano. 

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Biografia do Autor

  • Esdras Araujo Arraes, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Pesquisador de pós-doutorado no departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo.

    2017 - Doutorado em Arquitetura e Urbanismo na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo

    2012 - Mestrado em Arquitetura e Urbanismo na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo

    2006 - Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pernambuco

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Publicado

2018-12-19

Edição

Seção

Fundamentos

Como Citar

Arraes, E. A. (2018). A apreensão sensível da natureza em Goethe e Humboldt. Paisagem E Ambiente, 42, 11-22. https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.v0i42p11-22