Cidadãos Transitórios: práticas de habitação contenciosa na África do Sul contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2018.153642Palavras-chave:
Apartheid, Cidades, Cidadania, Desenvolvimento, Despejo, Moradia, Pobreza, RaçaResumo
O artigo examina práticas informais de moradia que pobres urbanos mobilizam para construir, transformar e acessar a cidadania na África do Sul contemporânea. Após a eleição de Nelson Mandela, em 1994, a provisão de habitações formais para pobres urbanos se tornou uma medida essencial para a inclusão política “não-racial” e a dessegregação de cidades sob apartheid. Contudo, assentamentos urbanos — comemorados nas histórias de libertação como campos de batalha contra o apartheid — foram reclassificados como “favelas” (slums), zonas assinaladas para remoção ou desenvolvimento. Reintegrações de posse desses assentamentos para campos emergenciais do governo têm sido justificadas dentro da lógica liberal de expansão dos direitos à moradia, ligados à cidadania. Meu argumento é que as práticas informais de moradia evidenciam métodos de gestão de populações “faveladas”, bem como a emergência de políticas do viver (living politics) em cidades sul-africanas.
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