De Werther a Johannes: a estetização da vida

Autores

  • Ricardo Marques de Azevedo Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v0i24p98-107

Palavras-chave:

Romantismo. Preceptivas artísticas. Estética. Arte moderna. Literatura moderna

Resumo

Aquilo a que a historiografia da arte chamou Romantismo consistiu em uma miríade de movimentos artísticos heterogêneos que se alastrou desde meados do século 18. Visando à caracterização desses movimentos, ditos românticos, este ensaio arbitra sua periodização entre dois romances escritos na primeira pessoa do singular e na forma de diário, a saber, Werther e Diário de um sedutor. Se, em Goethe, a paixão consome o protagonista, no texto de Kierkegaard a sedução é apenas artimanha e cálculo. Entre tais tempos, embora não se consolide um programa artístico coerente ou uma norma lírica ou figurativa própria, uma sensibilidade peculiar perpassa as poéticas artísticas. Supõe-se, então, que a obra de arte seja corolário ou emanação de uma vida, ela mesma, artística, e entra em cena uma abrangente e minuciosa estetização da própria existência.

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Publicado

2008-12-01

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Artigos

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