Quase tudo que você queria saber sobre tectônica, mas tinha vergonha de perguntar

Autores

  • Izabel Amaral Universidade de Montreal; Laboratoire d'étude de l'architecture potentielle

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v0i26p148-167

Palavras-chave:

Tectônica, técnica, material, expressão construtiva, Gottfried Semper, Kenneth Frampton

Resumo

O termo tectônica não é de uso exclusivo da arquitetura. Sem dúvida, é mais conhecido do grande público em referência à teoria que estuda o movimento das placas continentais no domínio da geologia. Em arquitetura, mesmo que o termo circule cada vez mais nos livros, revistas, websites, blogs e escolas de arquitetura, definir tectônica é tanto mais difícil na medida em que, dada sua presença descontínua ao longo da história, esse termo dificilmente pode ser associado a um único significado. Freqüentemente definida como" arte da construção", uma melhor compreensão da tectônica não pode passar ao lado de uma melhor compreensão da trajetória histórica do termo. Derivada do grego tekton (carpinteiro), a noção atravessou mais de 2000 anos de história. Sua compreensão mudou em relação ao original grego, principalmente devido às contribuições dos teóricos alemães Carl Bötticher e Gottfried Semper no século 19, e, mais recentemente, devido à notável contribuição de Kenneth Frampton (1983, 1990, 1995, 2005). Este último autor provocou uma renovação do debate sobre a tectônica, promovendo a noção ao estatuto de" potencial de expressão construtiva" da arquitetura, capaz de reunir aspectos materiais e construtivos aos aspectos culturais e estéticos. Para entendermos a evolução do conceito de tectônica, este texto se propõe, em um primeiro momento, a traçar sua história, que começaria com uma consciência técnica da física da construção ainda no século 18, para, em seguida, discutir os dois últimos teóricos acima citados e, por fim, levantar algumas das novas perspectivas sobre a atualidade dessa noção.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ANDERSON, Stanford. Peter Behrens and the new architecture of Germany, 1900-1917. 1968. Tese (Doutorado) – Columbia University, Colúmbia, 1968, 616p. Ver também: ANDERSON, Stanford. Peter Behrens and a new architecture for the twentieth century. Cambridge; Mass.: MIT Press, 2000, 429p. il.

BEIM, Anne. Tectonic visions in architecture. Copenhague: Kunstakademiets Arkitekskoles Forlag, 2004, 188p. il.

COLLINS, Peter. Tectonics. Canadian Architecture, primavera, 1960.

CONDURU, Roberto. Tropical Tectonics. In: ANDREOLI, Elisabetta; FORTY, Adrien. Brazil’s modern architecture. Londres: Phaidon, 2004, 239p. il.

COOKE, Catherine. Russian avant-garde: Theories of art, architecture and the city. Londres: Academy Editions, 1995, 208p. il.

COSTA, Xavier et al. Habitats, tectonics, landscapes: Contemporary spanish architecture. Fotografias de Jordi Bernadó. Madri: Ministerio de Fomento; Instituto Español de Comercio Exterior: Barcelona, Distribuição ACTAR, 2001, 222p. il.

FRAMPTON, Kenneth. Rappel à l’Ordre: The Case for the Tectonic. Architectural Design, Londres, v. 60, n. 3-4, p. 19- 25, 1990.

FRAMPTON, Kenneth. Studies in tectonic culture: The poetics of construction in nineteenth and twentieth century architecture. John Cava (E.). Cambridge: MIT Press, 1995, 430 p. il.

FRAMPTON, Kenneth. Towards a critical regionalism: Six points for an architecture of resistance. In: FOSTER, Hal (Dir.). The anti-aesthetic: Essays on postmodern culture. Port Townsend (Washington): Bay Press, 1983, p. 16-30.

GERMANN, Georg. La doctrine de la tectonique de Bötticher, Faces, Genebra, n. 47, p. 11, 2000.

HARDY, Steve. Environmental tectonics: Forming climatic change. Londres: AA Publication, c2008, 160p. il.

JONES, Susan. The evolving tectonics of Karl Bötticher: from concept to formalism. In: TECTONICS 2007: MAKING MEANING, 2007, Eindhoven. Anais… Eindhoven: TU/e – Technische Universiteit, dez. 2007.

LE CORBUSIER. Vers une architecture. Apresentação de Jean-Louis Cohen. Paris: Flammarion, 2005, 243p. il.

LEACH, Neil; TURNBULL, David, WILLIAMS, Chris (E.). Digital tectonics. Chichester: West Sussex, U.K.; Hoboken, NJ: Wiley-Academy, 2004, 152p.

LECUYER, Annette. Radical tectonics. Londres: Thames & Hudson, 2001, 128p. il.

LEGAULT, Réjean. La trajectoire tectonique. In: CHUPIN, Jean-Pierre ; SIMONNET, Cyrille (Orgs.). Le projet tectonique. Introdução de Kenneth Frampton. Gollion: Infolio, 2005, p. 25-42.

LYNN, Greg. Blobs: Why tectonics is square and topology is groovy?. In: LYNN, Greg. Folds, bodies & blobs: Collected essays. Bruxelas: La Lettre volée, 1998, 236p. il.

MALLGRAVE, Harry Francis. The idea of style: Gottfried Semper in London, a dissertation in architecture. 1983. Tese (Doutorado) – University of Pennsylvania, Pensilvânia, 1983, 375p.

MITCHELL, William J. Antitectonics: The poetics of virtuality. In: BECKMANN, John (E.). The virtual dimension: Architecture, representation, and crash culture. Nova York: Princeton Architectural Press, 1998.

NESBITT, Kate. Theorizing a new agenda for architecture: An anthology of architectural theory 1965-1995. Nova York: Princeton Architectural Press, 1996.

PICON, Antoine. Architectes et ingénieurs au siècle des Lumières. Marselha: Parenthèses, 1988, 317p. il.

REISER, Jesse; UMEMOTO, Nanako. Atlas of novel tectonics. Nova York: Princeton Architectural Press, 2006.

RIEGL, Alois. Problems of style: Foundations for a history of ornament. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1993, 406p. il.

SANTA CECÍLIA, Bruno Luiz Coutinho. Tectônica moderna e construção nacional. Minimo denominador comum Mdc Revista da Arquitetura, Belo Horizonte, v. 1, p. 6-9, 2005. Disponivel em: https://mdc.arq.br/mdc/txt/mdc01-txt02. Acesso em: 10 nov. 2008.

SCHMIDT, Anne Marie Due. The tectonic practice in the transition from pre-digital to digital era. 2007. Tese (Doutorado) – Department of Architecture and Design, Utzon Centre, Aalborg University, Aalborg, 2007.

SEKLER, Edward. Structure, construction, tectonics. In: KEPES, Gyorgy (Org.). Structure in art and in science. Nova York: George Braziller, 1965, p. 89-95.

SEMPER, Gottfried (1 e 2 ed. – 1856-1959). Attributes of Formal Beauty. In: HERRMANN, Wolfgang. Gottfried Semper: In search of architecture. Cambridge; Mass: MIT Press, 1984, 320p. il.

SEMPER, Gottfried (1860, 1863). Style in the technical and tectonic arts, or, practical aesthetics. Introdução de Harry Francis Mallgrave; tradução de Harry Francis Mallgrave e Michael Robinson. Título original: Der Stil in den technischen und tektonischen Künsten; oder, Praktische Aesthetik: Ein Handbuch für Techniker, Künstler und Kunstfreunde. Los Angeles: Getty Research Institute, v. 2, 2004, 980p.

VADROT, Olivier (E.). Tectoniques architectes: Unplugged. Dijon: Presses du Reel, 2007, 252p. il.

Downloads

Publicado

2009-12-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Quase tudo que você queria saber sobre tectônica, mas tinha vergonha de perguntar. (2009). PosFAUUSP, 26, 148-167. https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v0i26p148-167