Usos do primitivismo. Pedra, barro e arquitetura moderna.

Autores

  • Claudia Costa Cabral Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Arquitetura. Porto Alegre, RS
  • Helena Bender Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Arquitetura. Porto Alegre, RS

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v24i43p80-97

Palavras-chave:

Primitivismo. Casa operária de Monlevade. Grupo Austral.

Resumo

Apesar de problemáticas, as noções de “primitivo” e “primitivismo” foram categorias essenciais para a arte e a arquitetura moderna na América Latina, tanto para produtores (arquitetos e artistas), quanto para seus intérpretes (historiadores e críticos). Estiveram fortemente associadas tanto à contribuição latino-americana para uma modernidade universal quanto à apreciação historiográfica dessa contribuição. Este texto tem por objetivo cercar determinados “usos do primitivismo” na arquitetura sul-americana, que coincidem com a presença de materiais naturais, como a pedra e o barro, e de técnicas construtivas pré-industriais. Embora essa presença possa ser discutida apenas nos termos de uma relação com o “vernáculo”, adota-se propositalmente a noção de “primitivismo”, por exibir um impasse (de certa forma indiferente ao vernáculo) de uma ligação intelectual, e não natural, com a tradição. O trabalho finaliza com algumas notas sobre a proposta de Lucio Costa para a casa operária de Monlevade no Brasil (1936) e as alternativas do grupo Austral para a casa rural argentina (1939).

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Publicado

2017-08-31

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Usos do primitivismo. Pedra, barro e arquitetura moderna. (2017). PosFAUUSP, 24(43), 80-97. https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v24i43p80-97