Do “ângulo reto” aos dispositivos poético-visuais do urbanismo moderno

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfau.2019.122214

Palavras-chave:

Arquitetura moderna, Le Corbusier, América do Sul., História da Arquitetura, Teoria da Arquitetura

Resumo

Com este artigo objetiva-se analisar como a noção de ângulo reto, no interior do universo criativo de Le Corbusier, assume distintos aspectos até se cristalizar em um importante conceito de seu pensamento sobre a relação entre edifício, cidade e paisagem. Partindo do livro autobiográfico O poema do ângulo reto (Le poème de l’angle droit ,1951-55), busca-se traçar pontes entre alguns versos e imagens dessa obra e trechos de seus escritos, conferências e desenhos das viagens entre 1911 e 1936, abordando sobretudo seu périplo pelo leste europeu até Atenas e aquelas duas viagens à América do Sul, onde sua relação mais profícua se deu no Rio de Janeiro. Da aproximação desse material com algumas obras emblemáticas do período purista de sua pintura, como A lareira (La chaminée, 1918), evidencia-se como o conceito em questão tem uma dimensão eminentemente visual. Com este panorama, a investigação busca apresentar um ângulo reto dividido entre a técnica impositora e a liberdade total de criação, expressando os dilemas não resolvidos do próprio arquiteto.

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Biografia do Autor

  • Alexandre Benoit, Escola da Cidade. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.

    Doutorando em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo, fez mestrado e graduação pela mesma instituição. Integra o grupo de pesquisa Preceptivas Artísticas, FAUUSP. É professor na Escola Cidade.

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Publicado

2019-11-19

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Benoit, A. (2019). Do “ângulo reto” aos dispositivos poético-visuais do urbanismo moderno. PosFAUUSP, 26(49), e122214. https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfau.2019.122214