Ornamentação modernista: a azulejaria de portinari na igreja da Pampulha

Autores

  • Rafael Alves Pinto Junior Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v0i23p140-155

Palavras-chave:

Arquitetura modernista brasileira, azulejaria, Portinari, igreja da Pampulha

Resumo

Voltar o olhar para a produção da arquitetura brasileira realizada entre 1930-1940 significa ter a oportunidade de rever um modo de concepção atemporal, cuja retomada pode permitir a reflexão e a produção de uma arquitetura própria, forte o suficiente para absorver as influências externas, sem se deixar dominar por elas. Neste trabalho, o objeto de estudo é o recurso da azulejaria, utilizada como recurso de composição visual dos ambientes e legitimador do discurso dessa arquitetura. Não se trata de uma análise de toda a produção da época, mas sim de encontrar, nos principais edifícios onde o recurso do azulejo foi utilizado, os valores estéticos propostos por essa arquitetura. Para tanto se vale da convergência das obras de Portinari e Niemeyer. Partindo do entendimento da conceituação da ambiência proposta pelo modernismo brasileiro, procura-se relacionar, metodologicamente, esses conceitos, de maneira a compreender a relação entre esses espaços, sejam eles pictóricos, sejam eles arquitetônicos. Entendida como um recurso legitimador do discurso inaugural da arquitetura modernista brasileira, a azulejaria teve grandes conseqüências no desenrolar da arquitetura após a inauguração da Pampulha, no final da década de 1940, e produziu um olhar sobre o Brasil em uma circunstância histórica que foi, na verdade, uma necessidade concomitante de vários países periféricos em encontrar uma autonomia cultural na primeira metade do século 20.

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Publicado

2008-06-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Ornamentação modernista: a azulejaria de portinari na igreja da Pampulha. (2008). PosFAUUSP, 23, 140-155. https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v0i23p140-155