Da inconstância da fortuna. A teoria e a metodologia do restauro em contexto Europeu

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfau.2019.148965

Palavras-chave:

História do restauro, Teoria do restauro, Conservação em contexto europeu, Patrimônio edificado, Escola romana de restauro

Resumo

O restauro do patrimônio edificado na Europa ocidental evoluiu de um entendimento inicial agarrado à marca da reconstrução estilística e da conservação a qualquer custo para políticas de tutela e estratégias de gestão patrimonial que implicam um julgamento equilibrado de diversos valores e recursos. Este texto começa por explorar alguns aspetos históricos e conceptuais do restauro e o aparecimento e o desenvolvimento da tutela do patrimônio tal como é entendida hoje na Europa, percorrendo vários contributos teóricos, de forma a delinear variações significativas do suporte teórico e das metodologias de intervenção correlacionadas. Não reentra nos objetivos desta sintética “aproximação ao restauro” o  aprofundamento exaustivo da sua gênese e das práticas patrimoniais em contexto europeu – a bibliografia nesta matéria é extensa e atual –, mas apenas evoca alguns momentos determinantes na evolução da sua organização teórica e prática. O formato do texto impõe uma escolha limitada de atores e estudos referenciados, forçosamente arbitrária. 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Lisandra Franco de Mendonça, Sapienza Università di Roma. Dipartimento di Storia, Disegno e Restauro dell’Architettura

    Lisandra Franco de Mendonça é arquiteta e investigadora em conservação do património edificado. Fez a sua formação nas Universidades do Porto e de Roma 'Sapienza'. Em 2016, concluiu o seu doutoramento, em regime de cotutela, nas Universidades de Coimbra e de Roma Sapienza, com uma dissertação sobre a conservação da arquitetura e do ambiente urbano da Baixa da cidade de Maputo (Moçambique).

    O seu campo de investigação é a história do património edificado dos séculos XIX e XX produzido por regimes ditatoriais e coloniais na Europa e em África. Dentro deste campo, desenvolve investigação orientada para a conservação do edificado, com enfoque nos temas da transferência patrimonial, da produção transnacional do ambiente edificado e das relações entre modernidades paralelas Europeia e Africana.

     

Referências

AMARAL, Ronaldo. O fim do(s) tempo(s) como o fim da História: uma discussão sobre as mutações da concepção e percepção do Tempo entre o último período antigo e o advento do Cristianismo. Mirabilia 11, Barcelona, n. 2, p. 156-168, 2010. Disponível em: http://bit.ly/2QHAdyD. Acesso em: 2 jun. 2018.

BELLINI, Amedeo et al. Che cos’è il restauro? Nove studiosi a confronto, da un’idea di B. Paolo Torsello. Venezia: Marsilio, 2005.

BENEVOLO, Leonardo. Introduzione all’architettura. 20. ed. Bari: Laterza, 2001.

BOITO, Camillo. I Restauratori. Firenze: G. Barbera, 1884.

BOITO, Camillo. Questioni pratiche di belle arti: Restauri, concorsi, legislazione, professione, insegnamento. Milano: U. Hoepli, 1893.

BONELLI, Renato. Architettura e restauro. Venezia: Neri Pozza, 1959.

BONELLI, Renato. Verbete Restauro (Il restauro architettonico). In: BRANDI, Cesare et al., Enciclopedia Universale dell’Arte. Venezia: Istituto Per La Collaborazione Culturale, 1963. v. 11. Disponível em: http://bit.ly/2KJ9j5A. Acesso em: 12 maio 2018.

BONELLI, Renato. Restauro anni’ 80: tra restauro critico e conservazione integrale. In: BENEDETTI, Sandro; MIARELLI MARIANI, Gaetano (ed.). Saggi in onore di Guglielmo De Angelis d’Ossat. Roma: Multigrafica, 1985. p. 511-516.

BRANDI, Cesare. Teoria del restauro. 2 ed. Torino: Einaudi; Roma: Edizioni di Storia e Letteratura, 2000. (Edição original: 1963).

CABRAL, Renata Campello; ANDRADE, Carlos Roberto Monteiro. Roberto Pane: entre história e restauro, arquitetura, cidade e paisagem. Risco, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 105-111, 2012.

CARBONARA, Giovanni. Avvicinamento al restauro: Teoria, storia, monumenti. Napoli: Liguori, 1997.

CARBONARA, Giovanni. Il restauro del moderno come problema di metodo. Parametro, Roma, ano 36, n. 266, p. 21-25, 2006.

CARBONARA, Giovanni. An Italian contribution to architectural restoration. Frontiers of Architectural Research, Amsterdam, v. 1, n. 1, p. 2-9, 2012.

CARTA de Veneza: sobre a conservação e o restauro de monumentos e sítios. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUITETOS E TÉCNICOS DE MONUMENTOS HISTÓRICOS, 2., 1964, Veneza. Cartas e Convenções Internacionais sobre Património. Lisboa: Património Cultural, 2014. Disponível em: http://bit.ly/2QDOH2y. Acesso em: 12 maio 2018.

CESCHI, Carlo. Teoria e storia del restauro. Roma: Mario Bulzoni, 1970.

CHOAY, Françoise. A alegoria do património. Tradução de Teresa Castro. Lisboa: Edições 70, 2000.

CHOAY, Françoise. As questões do património: Antologia para um combate. Tradução de Luís Filipe Sarmento. Lisboa: Edições 70, 2011.

COOK, Edward Tyas; WEDDERBURN, Alexander. Introduction. In: COOK, Edward Tyas; WEDDERBURN, Alexander (ed.). The complete works of John Ruskin: unto this last, munera pulveris, time and tide, with other writings on political economy, 1860-1873. v. 17. London: George Allen, 1905. p. 19-115.

CUNHA, Claudia dos Reis. Restauração: diálogos entre teoria e prática no Brasil nas experiências do Iphan. 2010. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em: http://bit.ly/2rg9kas. Acesso em: 2 jun. 2018.

DEZZI BARDESCHI, Marco. Restauro: due punti e da capo: frammenti per una (impossibile) teoria. 3. ed. Milano: Franco Angeli, 1994.

DEZZI BARDESCHI, Marco. Conservar, no restaurar: Hugo, Ruskin, Boito, Dehio et al: Breve historia y sugerencias para la conservación en este milenio. Loggia, Arquitectura & Restauración, Valencia, n. 17, p. 16-35, 2005a.

DEZZI BARDESCHI, Marco. Che cos’è il restauro. In: BELLINI, Amedeo et al. Che cos’è il restauro? Nove studiosi a confronto, da un’idea di B. Paolo Torsello. Venezia: Marsilio, 2005b. p. 37-40.

DI STEFANO, Roberto. John Ruskin: Interprete dell’architettura e del restauro. Napoli: Edizioni Scientifiche Italiane, 1969.

GREMENTIERI, Fabio. The preservation of nineteenth and twentieth century heritage. In: OERS, Ron van; HARAGUCHI, Sachiko (ed.). World Heritage papers, 5: identification and documentation of modern heritage. Paris: Unesco/WHC, 2003. p. 81-89. Disponível em: http://bit.ly/2rf3K8a. Acesso em: 2 jun. 2018.

HODJAT, Mahdi. Conservation of conservation methods. In: STANLEY-PRICE, Nicholas; KING, Joseph (ed.). Conserving the authentic: essays in honour of Jukka Jokilehto. Roma: ICCROM, 2009. p. 117-123.

JOKILEHTO, Jukka. Alois Riegl e Cesare Brandi nel loro contesto culturale. In: ANDALORO, Maria (org.). La teoria del restauro del Novecento da Riegl a Brandi: atti del Convegno Internazionale di Studi (Viterbo, 12-15 novembre 2003). Firenze: Nardini, 2006. p. 51-57.

JONES, Siân. Negotiating authentic objects and authentic selves: beyond the deconstruction of authenticity. Journal of Material Culture, London, v. 15, n. 2, p. 181‐203, 2010.

JOY, Charlotte. “Enchanting town of mud”: Djenné, a world heritage site in Mali. In: ROWLANDS, Michael; DE JONG, Ferdinand (ed.). Reclaiming heritage: alternative imaginaries of memory in West Africa. University College London: Left Coast Press, 2007. p. 145-160.

KÜHL, Beatriz Mugayar. Ética e responsabilidade social na preservação do património cultural. In: CONGRESSO DA ABRACOR, 13., 2009, Porto Alegre. Anais […]. Rio de Janeiro: Abracor, 2009a. Disponível em: http://bit.ly/2D9rzAU. Acesso em: 2 jun. 2018.

KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do patrimônio arquitetônico da industrialização: problemas teóricos de restauro. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009b.

KÜHL, Beatriz Mugayar. Notas sobre a Carta de Veneza. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 18, n. 2, p. 287-320, 2010. Disponível em: http://bit.ly/2qC8ftt. Acesso em: 2 jun. 2018.

MERAZ AVILA, Fidel Alejandro. Architecture and temporality in conservation philosophy: Cesare Brandi. 2008. Tese (Doutorado em Arquitetura) – University of Nottingham, Nottingham, 2009. Disponível em: http://bit.ly/2D92Xs6. Acesso em: 2 jun. 2018.

MINISTERO DELLA PUBBLICA ISTRUZIONE. Carta del Restauro 1972. Circolare Ministero della Pubblica Istruzione, Roma, n. 117, 6 abr. 1972. Disponível em: http://bit.ly/35nEkEb. Acesso em: 12 maio 2018.

NDORO, Webber; CHIRIKURE, Shadreck. Developments in the practice of heritage management in sub-Saharan Africa. In: STANLEY-PRICE, Nicholas; KING, Joseph (ed.). Conserving the authentic: essays in honour of Jukka Jokilehto. Roma: ICCROM, 2009. p. 69-76.

PANE, Roberto. Passaggio dall’idea del monumento isolato a quella dell’insieme storico-artistico. In: PANE, Roberto. Attualità dell’ambiente antico. Firenze: La Nuova Italia, 1967. p. 84-93.

PANOFSKY, Erwin. Renascimento e Renascimentos na Arte Ocidental. Tradução de Fernando Neves. Lisboa: Presença, 1981.

PESSÔA, José. A arquitetura como documento. In: ROSSA, Walter; RIBEIRO, Margarida Calafate (org.). Patrimónios de influência portuguesa: Modos de olhar. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra: Fundação Calouste Gulbenkian, 2015. p. 453-475.

PEVSNER, Nikolaus. Ruskin and Viollet-Le-Duc: Englishness and Frenchness in the appreciation of Gothic architecture. London: Thames and Hudson, 1969.

PHILIPPOT, Albert; PHILIPPOT, Paul. Le problème de l’intégration des lacunes dans la restauration des peintures. Bulletin de l’Institut Royal du Patrimoine Artistique, Bruxelles, v. 2, p. 5-19, 1959.

RAKOTOMAMONJY, Bakonirina (ed.). Protection juridique du patrimoine culturel immobilier: orientations pour les pays Francophones de l’Afrique Subsaharienne. Roma: ICCROM, 2009.

RIEGL, Alois. Progetto di un’organizzazione legislativa della tutela dei monumenti in Austria. In: SCARROCCHIA, Sandro (ed.). Alois Riegl: teoria e prassi della conservazione dei monumenti: antologia di scritti, discorsi, rapporti 1898‐1905, con una scelta di saggi critici. Tradução de Ursula Layr, Sandro Scarrocchia e Renate Trost. 2. ed. Bologna: Gedit, 2003. p. 171-236. (Edição original: 1903).

RIEGL, Alois. Il culto moderno dei monumenti: il suo carattere e i suoi inizi. Tradução de Renate Trost e Sandro Scarrocchia. In: SCARROCCHIA, Sandro (ed.). Milano: Abscondita, 2011. (Edição original: 1903).

RUSKIN, John. Sesame and Lilies. 9. ed. London: George Allen, Sunnyside, Orpington, 1894.

RUSKIN, John. Unto this last, munera pulveris, time and tide, with other writings on political economy, 1860-1873. In: COOK, Edward Tyas; WEDDERBURN, Alexander (ed.). The complete works of John Ruskin. London: George Allen, 1905. v. 17.

RUSKIN, John. The stones of Venice: introductory chapters and local indices for the use of travellers while staying in Venice and Verona. Leipzig: Bernhard Tauchnitz, 1906. 2 v. (Edição original: 1851-1853).

RUSKIN, John. The seven lamps of architecture. Leipzig: Bernhard Tauchnitz, 1907a. (Edição original: 1849).

RUSKIN, John. Guild and museum of St. George: reports, catalogues, and other papers. In: COOK, Edward Tyas; WEDDERBURN, Alexander (ed.). The complete works of John Ruskin. London: George Allen, 1907b. v. 30.

RUSKIN, John. Le sette lampade dell’architettura. Tradução de Renzo Massimo Pivetti. 6. ed. Milano: Jaca Book, 2007. (Edição original: 1849).

SETTE, Maria Piera. Profilo Storico. In: CARBONARA, Giovanni (ed.). Trattato di restauro. Torino: Utet, 1996. p. 109-299. v. 1.

SETTE, Maria Piera. Il Restauro in architettura: Quadro Storico, saggio introduttivo di Gaetano Miarelli Mariani. Torino: Utet Libreria, 2001.

SCARROCCHIA, Sandro (ed.). Alois Riegl: teoria e prassi della conservazione dei monumenti: antologia di scritti, discorsi, rapporti 1898‐1905, con una scelta di saggi critici. 2. ed. Bologna: Gedit, 2003. (Coleção Saggi Arte).

SCARROCCHIA, Sandro. La ricezione della Teoria della Conservazione di Riegl fino all’apparizione della Teoria di Brandi. In: ANDALORO, Maria (ed.). La teoria del restauro del Novecento da Riegl a Brandi: atti del Convegno Internazionale di Studi (Viterbo, 12-15 novembre 2003). Firenze: Nardini, 2006. p. 35-50.

SCARROCCHIA, Sandro. La Teoria dei Valori Confliggenti dei Monumenti di Alois Riegl. In: SCARROCCHIA, Sandro (ed.); RIEGL, Alois. Il culto moderno dei monumenti: il suo carattere e i suoi inizi. Milano: Abscondita, 2011. p. 75-141.

TORSELLO, Benito Paolo. Che cos’è il restauro? In: BELLINI, Amedeo et al. Che cos’è il restauro? Nove studiosi a confronto, da un’idea di B. Paolo Torsello. Venezia: Marsilio, 2005. p. 9-17.

VIOLLET-LE-DUC, Eugène-Emmanuel. Restauration. In: VIOLLET-LE-DUC, Eugène-Emanuel. Dictionnaire raisonné de l’architecture française du XIe au XVIe siècle. Paris: A. Morel, 1869. p. 14-34. v. 8.

Downloads

Publicado

2019-12-19

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Da inconstância da fortuna. A teoria e a metodologia do restauro em contexto Europeu. (2019). PosFAUUSP, 26(49), e148965. https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.posfau.2019.148965