Brazilian Journal of Latin American Studies
https://revistas.usp.br/prolam
<p>A <strong><em>Brazilian Journal of Latin American Studies </em></strong><em>(Cadernos Prolam/USP)</em> é uma revista científica especializada em difundir conclusões de pesquisa, análises e interpretações, bem como pensamento e teorias sobre a América Latina. Criada em 2002, pelo Programa de Pós-graduação Integração da América Latina (PROLAM/USP), desde sua criação é uma revista voltada para autores e público de nível de pós-graduação. Na fase inicial o foco das publicações da <strong>BJLAS</strong> era as relações internacionais. Com o passar dos anos, o periódico ampliou seu universo disciplinar e temático, e hoje publica trabalhos nos diversos campos das humanidades, artes e ciências sociais.</p> <p>Assim, tem como eixo organizador incluir temáticas (a) de impacto regional para a América Latina ou (b) trabalhos com metodologias comparativas sobre dois ou mais países deste continente.</p> <p>Considera-se que os manuscritos devem contribuir de modo significativo ao avanço do conhecimento científico em temáticas sensíveis à América Latina, por este motivo, as propostas publicadas são elaboradas por autores com nível de pós-graduação. As problemáticas que tratam de América Latina exigem perspectivas transdisciplinares com abordagens sobre tópicos transversais em questões sociais, políticas, econômicas, jurídicas, históricas, culturais, artísticas, de comunicação social.</p> <p>Finalmente, a <strong>BJLAS</strong> tem interesse em divulgar resenhas de livros recentemente publicados ou de obras de grande relevância para a região, como clássicos do pensamento latino-americano, e aceita também críticas de arte ou ensaios de qualidade.</p>Universidade de São Paulo - Programa de Pós-graduação em Integração da América Latinapt-BRBrazilian Journal of Latin American Studies1676-6288<p style="text-align: justify;"><span style="font-weight: 400;">A </span><strong><em>BJLAS </em></strong><span style="font-weight: 400;">adota a política de Acesso Livre (</span><em><span style="font-weight: 400;">Libre Open Access</span></em><span style="font-weight: 400;">), sob o acordo padrão </span><em><span style="font-weight: 400;">Creative Commons</span></em><span style="font-weight: 400;"> (</span><a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/legalcode.pt#s6a" target="_blank" rel="noopener"><span style="font-weight: 400;">CC BY-NC 4.0</span></a><span style="font-weight: 400;">). O acordo prevê que:</span></p> <ul style="text-align: justify;"> <li class="show" style="font-weight: 400;"><span style="font-weight: 400;">A submissão de texto autoriza sua publicação e implica compromisso de que o mesmo material não esteja sendo submetido a outro periódico. O original é considerado definitivo;</span></li> <li class="show" style="font-weight: 400;"><span style="font-weight: 400;">Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença </span><a href="https://creativecommons.org/"><em><span style="font-weight: 400;">Creative Commons Attribution</span></em></a><span style="font-weight: 400;"> (<a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/legalcode.pt#s6a">CC BY-NC 4.0</a>).</span></li> <li class="show" style="font-weight: 400;"><span style="font-weight: 400;">Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com necessário reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;</span></li> <li class="show" style="font-weight: 400;"><span style="font-weight: 400;">Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais, repositórios específicos, ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja </span><a href="http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html" target="_blank" rel="noopener"><span style="font-weight: 400;">O Efeito do Acesso Livre</span></a><span style="font-weight: 400;">).</span><span style="font-weight: 400;"> </span></li> <li class="show" style="font-weight: 400;"><span style="font-weight: 400;">O detentor dos direitos autorais da revista, exceto os já acordados no acordo sob a Licença Creative Commons Attribution (<a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/legalcode.pt#s6a" target="_blank" rel="noopener">CC BY-NC 4.0</a>)</span><span style="font-weight: 400;">, é o Programa de Pós-graduação Integração da América Latina.</span></li> </ul> <p style="text-align: justify;">É permitida a cópia, reprodução e distribuição de textos, imagens, dados e demais arquivos, no todo ou em parte, em qualquer formato ou meio, desde que sejam observadas as regras da licença <em>Creative</em> <em>Commons </em>(<a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/deed.pt_BR"><span style="font-weight: 400;">CC BY-NC 4.0</span></a>):</p> <ul style="text-align: justify;"> <li class="show">O uso do material copiado e ou reproduzido no todo ou em partes deve se destinar apenas a fins educacionais, de pesquisa, uso pessoal ou outros usos não comerciais. Reproduções para fins comerciais são proibidas;</li> <li class="show">O material pode ser copiado e redistribuído em qualquer suporte ou formato;</li> <li class="show">A reprodução deverá ser acompanhada da citação da fonte na integra incluindo o(s) nome(s) do(s) aturoes(s), no seguinte formato: Fonte: <strong>Revista Cadernos Prolam/USP. <em>Brazilian Journal of Latin American Studies</em></strong>;</li> <li class="show">Os nomes e endereços informados na revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.</li> </ul> <p><a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/legalcode"><img src="https://i.creativecommons.org/l/by-nc/3.0/80x15.png" alt="by-nc" /></a></p>Enrique Dussel: humanista e pensador latino-americano
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/220895
Editorial.Vivian UrquidiMaria Cristina CacciamaliRafaela Nunes PannainBruno Massola Moda
Copyright (c) 2023 Vivian Urquidi, Maria Cristina Cacciamali, Rafaela Nunes Pannain, Bruno Massola Moda
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-12-312023-12-3114810.11606/issn.1676-6288.prolam.23.220895Marxismo, teologia e política: Enrique Dussel
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/220027
<p><span style="font-weight: 400;">Este texto aborda, na forma de homenagem póstuma, três elementos-chave do pensamento de Enrique Dussel. Por um lado, o marxismo, do qual se destaca sua perspectiva sobre a exterioridade do "trabalho vivo"; a teologia e sua crítica ao fetichismo mercantilista; e a dimensão política militante. Enrique Dussel morreu em 2023 e deixou um legado escrito que terá de ser valorizado em sua dimensão adequada. Os autores sugerem que essa tríade pode ser como um elemento para trabalhos futuros.</span></p>
ArtigosDussel Filosofia da libertaçãoPolítica da libertaçãoMarxismoCrítica teológicaJaime Ortega ReynaRodrigo Wesche
Copyright (c) 2023 Jaime Ortega Reyna, Rodrigo Wesche
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-12-312023-12-31496110.11606/issn.1676-6288.prolam.23.220027Apresentação do Dossiê: Culturas, identidades e expressões artísticas: perspectivas estéticas e políticas na América Latina
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/218958
Editorial.Ana Daniela de Souza GilloneIsabella Regina Oliveira GoulartGonzalo Aguilar
Copyright (c) 2023 Isabella Regina Oliveira Goulart, Ana Daniela de Souza Gillone, Gonzalo Aguilar
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-11-302023-11-3012910.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.218958Poéticas do Absurdo: características e manifestações na América Latina
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/213130
<p><span style="font-weight: 400;">Neste artigo, são examinadas as manifestações do Teatro do Absurdo na América Latina a partir das influências de autora/es seminais e da/os que se inspiraram pelas obras de Beckett, Ionesco e Genet para o desenvolvimento de sua própria linguagem teatral. São expostos os processos históricos que serviram como base para o surgimento dessa manifestação teatral. Exemplifica-se a reinvenção do absurdo na América Latina por meio de textos dramatúrgicos específicos, destacando a ênfase na violência como uma ferramenta crítica central. Abordam-se temas significativos para a região, como exílio, tortura e desesperança, que refletem desigualdades sociais e ações coercitivas do Estado. Além disso, explora-se a influência duradoura do Teatro do Absurdo, especialmente em dramaturgos contemporâneos no Brasil, e se analisa como essa convenção teatral pode ser adaptada e explorada em diversos contextos históricos e culturais, gerando novas estéticas e poéticas para o teatro contemporâneo.</span></p>
ArtigosTeatro do AbsurdoMartin EsslinPoética do Absurdo na América LatinaMemória da ditadura e arteDramaturgia latino-americanaDramaturgia latino americanaTeatro do AbsurdoArteArtes CênicasDramaturgiaCulturaLucas de Lima Vitorino
Copyright (c) 2023 Lucas de Lima Vitorino
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-12-312023-12-3111313910.11606/issn.1676-6288.prolam.23.213130O Caribe na parceria estratégica UE - CELAC: o que esperar após a III cúpula?
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/212523
<p><strong> </strong><span style="font-weight: 400;">Este artigo tem como objetivo analisar o papel do Caribe na relação birregional entre a Europa e a região da América Latina e do Caribe através do exame dos mecanismos formais que articulam as relações entre o Caribe e a Europa, e os resultados da III Conferência UE -Cúpula CELAC. A investigação assume uma perspectiva caribenha que reconhece os desafios de desenvolvimento que distinguem o Caribe como pequenos Estados insulares. A pesquisa é de natureza qualitativa e se classifica como descritiva-explicativa. Foi utilizada uma extensa revisão documental que incluiu comunicações, declarações oficiais, artigos acadêmicos e de opinião publicados em meios de comunicação reconhecidos. Nas conclusões, além de avaliar a contribuição real e potencial do Caribe para a Parceria Estratégica UE-CELAC, são incluídas sugestões de ação que permitam à região do Caribe assumir um papel de maior liderança no quadro da relação birregional, tendo em conta a condição de múltiplas identidades de vários territórios caribenhos, a sua inclusão em fóruns multilaterais com presença europeia e pouca participação latino-americana, e a sua liderança moral em questões de interesse como as alterações climáticas num contexto global onde a dinâmica geopolítica e económica mudou do Atlântico ao Pacífico em detrimento da Europa, da América Latina e do Caribe.</span></p>
ArtigosIII Cúpula UE-CELAC Relações bi-regionaisCaribeIntegração regionalPequenos EstadosRelaciones InternacionalesJacqueline Laguardia Martínez
Copyright (c) 2023 Jacqueline Laguardia Martinez
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-12-312023-12-31628610.11606/issn.1676-6288.prolam.23.212523Viés de gênero nas elites políticas latino-americanas: pistas interpretativas de uma pesquisa comparativa de acadêmicos
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/214670
<p><span style="font-weight: 400;">O objetivo do artigo é apresentar uma análise acadêmica da percepção dos "tetos de vidro" e dos obstáculos ao acesso das mulheres a cargos hierárquicos e à integração às elites políticas latino-americanas. O estudo teve como universo de estudo 2.877 acadêmicos das principais universidades da Argentina, Chile, Brasil, México e Uruguai. Foi realizada uma pesquisa de gênero </span><em><span style="font-weight: 400;">on-line </span></em><span style="font-weight: 400;">composta por uma amostra de 313 especialistas na temática (economistas, contadores, sociólogos, cientistas políticos e CCSS), entre 2019 e 2021. Os resultados trazem um olhar de gênero e comparativo de países de acadêmicos sobre a situação das desigualdades de gênero no topo do poder político, os fatores que influenciam e o papel das políticas públicas e das instituições no recrutamento discriminado das elites.</span></p> <div id="sconnect-is-installed" style="display: none;"> </div> <div id="sconnect-is-installed" style="display: none;"> </div>
ArtigosElites políticasGêneroTetos de vidroIniquidade de gêneroRecrutamento discriminadoelites políticassociologíaciência políticaestudos de gêneroMiguel Serna
Copyright (c) 2023 Miguel Serna
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-12-312023-12-3122324710.11606/issn.1676-6288.prolam.23.214670Terra de imbunches y ch’uqtas: a dis-capacidad como dispositivo colonial na América Latina e Caribe
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/213227
<p><span style="font-weight: 400;">Este ensaio faz uma análise da dis-capacidad [termo utilizado em espanhol para nomear à “deficiência”] como dispositivo colonial na América Latina, com destaque nas implicações ontológicas e ético-políticas que isso tem, especialmente para os corpos que foram rotulados como deficientes. Além disso, neste ensaio propõe-se uma resposta alternativa para esta ontologia colonial, reconhecendo a existência de corpos não normativos, </span><em><span style="font-weight: 400;">imbunches </span></em><span style="font-weight: 400;">y </span><em><span style="font-weight: 400;">ch’uqtas </span></em><span style="font-weight: 400;">—termos que fazem referência às identidades e experiências das pessoas que desafiam a normatividade imposta/importada—, como formas singulares de resistência na diáspora ao discurso e às práticas hegemônicas. Examina-se, então, a noção de dis-capacidad com olhar crítico e a partir da perspectiva decolonial do pensamento latino-americano, que a entende como um constructo sociocultural que é utilizado como ferramenta de dominação e opressão. Argumenta-se, assim, que a dis-capacidad é imposta aos corpos para manter e reproduzir estruturas de poder e controle. Enquanto que, a diáspora é proposta como um espaço de abertura e possibilidade de resistência contra a ontologia colonial da dis-capacidad. Neste sentido, convida-se a repensar e questionar as categorias impostas, promovendo uma concepção mais inclusiva e de respeito da diversidade dos corpos.</span></p> <p>imposta/importada—, como formas singulares de resistência da diáspora ao discurso e às práticas hegemônicas. Examina-se, então, a noção de dis-capacidad na perspectiva crítica, como um constructo sociocultural que é utilizado como ferramenta de dominação e opressão no contexto colonial. Argumenta-se, assim, que a dis-capacidad é imposta aos corpos para manter e reproduzir estruturas de poder e controle. Enquanto que, a diáspora é proposta como um espaço de abertura e possibilidade de resistência contra a ontologia colonial da dis-capacidad. Neste sentido, convida-se a repensar e questionar as categorias impostas, promovendo uma conceção mais inclusiva e de respeito da diversidade dos corpos.</p>
ArtigosDis-capacidadDispositivo colonialDiásporaColonialidadeFilosofíaEstudios CulturalesCiencias Sociales y HumanidadesDiana Carolina Vallejo Ortega
Copyright (c) 2023 Diana Carolina Vallejo Ortega
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-12-312023-12-3119722210.11606/issn.1676-6288.prolam.23.213227Mulheres indígenas mexicanas desafiando as fronteiras interlegais e barreiras sócio-jurídicas
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/213203
<p><span style="font-weight: 400;">O artigo estuda o silenciamento das mulheres indígenas entre os anos 1990 a 2000, durante a constituição do Sistema Normativo Indígena no Estado de Oaxaca (México). A partir de uma perspectiva da histórica política, foram utilizadas entrevistas com feministas liberais e documentos jurídicos. O objetivo é explicar a emergência das fronteiras interlegais e a experiência de reconhecer as mulheres indígenas como agentes de antagonismo para imaginar e construir a realidade no momento da definição do Estado pluricultural neoliberal. A partir del silenciamento das mulheres indígenas sobre o discurso das leis indígenas, revela-se como se forçou a construção de autonomias condicionadas através de obstáculos sociojurídicos para a gestão e administração de dois regimes de autoridade soberana. O texto conclui demonstrando os desafios das mulheres indígenas em Oaxaca com relação às fronteiras interlegais, dado o caráter tradicional de controle e condicionamento dos novos paradigmas coloniais sustentados na cultura da autoridade do direito sobre a autonomia do corpo territorial.</span></p>
ArtigosLei indígena do Estado de OaxacaAutonomía condicionadaFronteiras interlegaisPovos indígenasMulheres indígenasAnthropologyPolitical SciencesLegal AnthropologyIndigenous StudiesRoque Urbieta Hernández
Copyright (c) 2023 Roque URBIETA Hernández
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-12-312023-12-3124826810.11606/issn.1676-6288.prolam.23.213203Palavras e imagens para uma filosofia pós-humanista
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/211357
<p><span style="font-weight: 400;">Construir uma filosofia do tempo e uma arquitetura do mundo baseados na imanência é a tarefa do livro: Futuros menores: Filosofías del tiempo y arquitecturas del mundo desde Brasil, de Luz Horne. Ao fazer do tempo o operador das multiplicidades, a autora empreende um gesto estético e político sobre contos, ensaios, curadorias, filmes, arquiteturas e objetos de arte que promovem um deslocamento em relação aos lugares epistemológicos e de saberes organizados historicamente sob a lógica da modernidade, construindo um pensamento latino-americano contemporâneo sobre o tempo e o espaço, que excede tanto eixos nacionais quanto regionais, ultrapassa as marcas coloniais e modernas, e se estabelece como lugar de invenção e de produção de conhecimento. A proposta assume a compreensão de uma temporalidade associada ao corpo e à matéria, na qual o Brasil é o cenário para observar a crise política e ecológica mundial, as falências do modelo eurocêntrico e as diferentes proposições supostamente capazes de contorná-las. Trata-se de uma visada que almeja perceber, nesse recuo histórico a projetos artísticos do século XX, os germes de uma temporalidade dissidente, em vias de expressar os desejos latentes de uma epistemologia pós-humanista por vir. </span></p>
ResenhasLiteratura brasileiraArquitetura brasileiraFilosofiaTempoEspaçoFilosofiaTempoEspaçoArteBrasilCiências Sociais AplicadasLiteraturaComunicaçãoVicta CarvalhoLudimilla Carvalho Wanderlei
Copyright (c) 2023 Victa Carvalho, Ludimilla Carvalho Wanderlei
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-11-302023-11-3025526310.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.211357III Congresso Pan-americano de 1906: Juan Ramón Molina, Ruben Darío e o Brasil – uma perspectiva política
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/212480
<p><span style="font-weight: 400;">A ideia de uma união entre os povos das Américas é de importância histórica. Uma das estratégias voltadas para o ideal pan-americanista foi a criação do Congresso Pan-americano, cuja terceira edição ocorreu no ano de 1906 no Rio de Janeiro. Dois poetas hispano-americanos, o nicaraguense Rubén Darío e o hondurenho Juan Ramon Molina são o nosso fio condutor para discutir as circunstâncias e as posições defendidas pelas nações de língua hispânica, em contraposição aos objetivos dos EUA, esses, em boa medida, apoiados pelos diplomatas brasileiros. Destacamos o protagonismo de Joaquim Nabuco e traçamos uma linha de análise que nos conduz até os nossos dias, levando em conta as perspectivas de autores como Bueno (2012) e Henrich (2017) para nossa abordagem. Salientamos a trajetória de Juan Ramón Molina, poeta pouco discutido em língua portuguesa, bem como suas intervenções relacionadas ao pan-americanismo. </span><span style="font-weight: 400;">Nosso artigo</span><span style="font-weight: 400;"> ressalta</span><span style="font-weight: 400;"> o conflito de visão do pan-americanismo entre os participantes do Congresso e, principalmente, sua configuração final, dialogando com a análise proposta para a situação atual da América Latina.</span></p>
ArtigosCongresso Pan-americanoJuan Ramón MolinaRubén DaríoAnti-imperialismoDiplomacia culturalLetrasPoesía hispanoamericanaHistória das ideias politicas da AméricaJorge Elias NetoSolveig Josefina Villegas ZerlinEster Abreu Vieira de Oliveira
Copyright (c) 2023 Jorge Elias Neto, Solveig Josefina Villegas Zerlin, Ester Abreu Vieira de Oliveira
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-12-312023-12-318711210.11606/issn.1676-6288.prolam.23.212480Yolanda Valentino: reiterando e criticando os estereótipos latinos através da performance drag
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/212349
<p><span style="font-weight: 400;">Este artigo se dedica às ações de Yolanda Valentino, uma mulher brasileira, que se identificava como branca antes de migrar e como racializada depois da migração. Em Ottawa, Ontário, Canadá, Yolanda também se identificou como </span><em><span style="font-weight: 400;">drag queen</span></em><span style="font-weight: 400;">, em um local específico, o Hot Room, uma boate </span><em><span style="font-weight: 400;">queer </span></em><span style="font-weight: 400;">aberta para a diversidade sexual e de gênero no Canadá. Destaco a atuação de Yolanda, pois de um modo ou de outro, nela se localizam as situações mais importantes que as latinas, como mulheres da América Latina que compartilham experiências raciais comuns, vivenciam na cidade. Além disso, meu interesse consiste em exaltar os estereótipos das latinas como elemento de grande importância nos estudos latino-americanos. Concentro-me no espectáculo de Yolanda baseado em estereótipos - como a ideia de que latinas só servem para trabalhos domésticos -, com o propósito de analisar como estes são adotados, mesmo que de forma contraditória, na vida noturna de Ottawa, cidade considerada multicultural. Também defendo que a política de multiculturalismo ajudou a perpetuar tais estereótipos em Ottawa, o que, por sua vez, teve implicações para as latinas, incluindo as latinas com diversidade sexual e de gênero. Ao mesmo tempo, utilizo a teoria da fronteira de Gloria Anzaldúa (2012) para analisar a atuação </span><em><span style="font-weight: 400;">drag </span></em><span style="font-weight: 400;">de Yolanda como uma performance capaz de desafiar as normas sociais predominantes em Ottawa ligadas a gênero, raça, classe, social e sexualidade. Tal atuação, simultaneamente, é capaz de questionar políticas específicas como a de multiculturalismo e o status quo da cidade.</span></p>
ArtigosMigraçãoMercado de trabalhoEstereótiposMulticulturalismoNeoliberalismoQueers of colourLatin AmericaMigrationSex & SexualitiesAnthropologyPolitical EconomySex and SexualitiesWomen & Gender StudiesQueer StudiesLiz Veronica Vicencio Diaz
Copyright (c) 2023 Liz Veronica Vicencio Diaz
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-12-312023-12-3114016310.11606/issn.1676-6288.prolam.23.212349O Rabinal-achí em perspectiva: uma análise comparativa de suas diversas versões escritas
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/211892
<p><span style="font-weight: 400;">Este artigo tem como objetivo analisar as versões impressas do Rabinal-Achí, uma obra de origem indígena guatemalteca, catalogada pelo abade francês Charles Étienne Brasseur de Bourbourg entre 1855 e 1856. Para compreender as motivações do abade e a forma como o texto foi transposto para o papel, o artigo apresenta uma breve biografia contextualizada do autor, utilizando como fontes seus próprios trabalhos autorais e demais cartas de contemporâneos. Como contraponto, na segunda seção do artigo se analisam as adaptações do Rabinal-Achí oriundas do </span><em><span style="font-weight: 400;">Manuscrito Pérez</span></em><span style="font-weight: 400;"> de 1917, um documento redigido em idioma maia-achí que tem sido identificado como uma produção genuinamente indígena e isenta de influências europeias. O objetivo é desconstruir a narrativa que retrata o Rabinal-Achí como uma manifestação impoluta e idílica da cultura indígena mesoamericana, apresentando as influências que tal tradição sofreu ao longo do tempo nas diversas manifestações culturais catalogadas. Por fim, o artigo apresenta as novas concepções e interpretações geradas a partir dessas influências nos variados suportes em que foram concebidas.</span></p>
ArtigosRabinal-AchíBrasseur de BourbourgManuscrito PérezGuatemalaBruno Tomazela Pasquali
Copyright (c) 2023 Bruno Tomazela Pasquali
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-12-312023-12-3116419610.11606/issn.1676-6288.prolam.23.211892Pablo González Casanova (1922-2023), um grande latino-americanista
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/214626
<p> </p> <p> </p>
EditorialVivian Urquidi Maria Cristina CacciamaliRafaela Nunes PannainBruno Massola Moda
Copyright (c) 2023 Vivian Urquidi , Maria Cristina Cacciamali, Rafaela Nunes Pannain, Bruno
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-07-302023-07-3015810.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.214626Usos indevidos e outros gestos feministas. Da “Glorieta de las mujeres que luchan” (México) às imaginações anticoloniais de Daniela Ortiz (Peru)
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/212055
<p><span style="font-weight: 400;">Num dos seus últimos textos, Sara Ahmed, a propósito dos usos, explica o poder político das coisas quando nos recusamos a usá-las “adequadamente”. Tomando este argumento como ponto de partida, e desembarcando na análise do uso indevido no contexto latino-americano, este texto estudará dois gestos feministas: por um lado, analisaremos intervenções recentes, por coletivos feministas, nos bens patrimoniais da Cidade do México. Abordaremos a construção de um memorial público e coletivo onde a estátua de Cristóvão Colombo foi substituída pela silhueta de uma mulher lutadora. Em segundo lugar, tomaremos a proposta da artista peruana Daniela Ortiz para demonstrar como certas práticas artísticas contemporâneas, produzidas na América Latina, podem desviar a conformação do sentido e, com isso, desafiar a sobrevivência desse regime visual colonial e patriarcal. O objetivo geral deste artigo é analisar como as aparições inesperadas de certos corpos (de mulheres, mas também corpos racializados, experiências migrantes etc.) no espaço e no debate público também produzem um desvio irreversível do sentido das coisas e de seus usos.</span></p>
ArtigosUsos feministasUsos anticoloniaisPatrimônio culturalInconveniênciaArte feministaRían Lozano de la Pola
Copyright (c) 2023 Rían Lozano de la Pola
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-11-302023-11-30305710.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.212055Projetos interamericanos e a coleção latino-americana do MoMA
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/213144
<p><span style="font-weight: 400;">Em “</span><em><span style="font-weight: 400;">A formação da coleção latino-americana no MoMA</span></em><span style="font-weight: 400;">” Eustáquio Ornelas Cota Jr. relaciona política e cultura pela análise da formação da coleção latino-americana e de seu catálogo no Museum of Modern Art de Nova York - EUA. O doutor em História da Arte, Cultura e Política nas Américas (2022) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP) explica nos três capítulos publicados em 2019 como a coleção de arte iniciada em 1935 reafirma rótulos e cria marcos interpretativos ao propor uma visão comparativa de arte “do outro” com a estadunidense. Situado no contexto histórico da política norte-americana de boa vizinhança (</span><em><span style="font-weight: 400;">Good Neighbor Policy</span></em><span style="font-weight: 400;">), que pretendeu criar relações amistosas entre os países do continente americano, o museu favorece composições que afirmam uma homogeneização do latino-americano e que valorizam os artistas mexicanos e artistas independentes de vinculações políticas explícitas.</span></p>
ResenhasArteHistória de América-latinaMuseu de Arte Moderna (MoMA - Nova York)Política da Boa VizinhançaArteLatino-americanoMoMAHistória da América LatinaMariana Silva Silveira
Copyright (c) 2023 Mariana Silva Silveira
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-12-312023-12-3126927610.11606/issn.1676-6288.prolam.23.213144Atrizes e personagens mulheres no cinema da América Latina (1930-1940)
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/211274
<p><span style="font-weight: 400;">O presente artigo tem como objetivo discutir e analisar os aspectos estéticos, políticos e sociais das representações de mulheres no cinema latino-americano produzido nas décadas de 1930 e 1940. As caracterizações das personagens femininas são analisadas nos filmes </span><em><span style="font-weight: 400;">Limite</span></em><span style="font-weight: 400;"> (Mário Peixoto, Brasil, 1931),</span><em><span style="font-weight: 400;"> Enamorada</span></em><span style="font-weight: 400;"> (Emilio Fernández, México, 1948) e </span><em><span style="font-weight: 400;">Mujeres que trabajan</span></em><span style="font-weight: 400;"> (Manuel Romero, Argentina, 1938). A proposta é caracterizar a mulher que se manifesta nos temas do trabalho, gênero, política e sociedade passando pelas revoluções e momentos políticos dos países latino-americanos, para além da perspectiva crítica às suas condições simbólicas, frisando uma leitura de resistência que pense a questão do ponto de vista do feminismo, das epistemologias latino-americanas e da teoria fílmica. Essa análise se estende às mulheres </span><em><span style="font-weight: 400;">soldaderas</span></em><span style="font-weight: 400;"> da Revolução Mexicana, à mulher em sua condição de trabalhadora que consegue emancipação pelo trabalho e consumo no cinema argentino, às mulheres trabalhadoras, prostituta, costureira e dona de casa, em condições menos formais no cinema brasileiro. As relações entre representações do feminino e a política dessas cinematografias são vistas para além das estratégias, estéticas e narrativas, desenvolvidas pelos realizadores para a elaboração de seus conteúdos. Interessa encontrar nos liames as relações</span><span style="font-weight: 400;"> da atriz com seu personagem, que contemple a gestualidade que possa vir a romper com padrões definidos para constituir um discurso que escape de normativas impostas a elas historicamente. </span></p>
ArtigosAtrizesCinema da América LatinaEpistemologias latino-americanasFeminismoPersonagens mulheresAna Daniela De Souza Gillone
Copyright (c) 2023 Ana Daniela De Souza Gillone
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-11-302023-11-3011515210.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.211274Cinearte e Adhemar gonzaga: relações interamericanas e indústria cinematográfica
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/211646
<p><span style="font-weight: 400;">O trabalho aborda a revista Cinearte e um de seus editores-chefe, Adhemar Gonzaga. Como muitos dos críticos de cinema latino-americanos da época, Gonzaga circulou em espaços políticos privilegiados pelo campo artístico-cultural e esse acesso determinou as disposições que afloraram na revista. Em 1930, fundou o estúdio cinematográfico Cinédia, tornando-se também realizador e produtor de filmes, muito empenhado na tentativa de criar estrelas para o cinema nacional. O ano corresponde ao período de transição do cinema mudo para o sonoro, que destacou questões associadas aos padrões nacionais de cultura e entrou em um debate permanente sobre identidades culturais nas relações pós-coloniais entre Europa e América Latina, bem como nas relações interamericanas (JARVINEN, 2012). Segundo Xavier (1978), Cinearte foi a expressão contraditória da industrialização triunfante e da colonização cultural, todavia, compreende-se aqui que ela foi um agente com papel ativo no jogo discursivo proposto por Hollywood, influenciando os diversos segmentos do público brasileiro a incorporarem determinadas práticas e a desenvolverem uma visão a respeito do que seria considerado como padrões para a realização de filmes. O artigo examina a negociação entre o projeto de defesa do cinema brasileiro levado a cabo pela revista e as imagens da latinidade elaboradas por Hollywood, a partir de dois episódios: o concurso da Fox de 1926 e as versões em espanhol.</span></p>
ArtigosCrítica de cinemaCinearte Adhemar GonzagaConcurso de beleza fotogênicaVersões em espanholIsabella Regina Oliveira Goulart
Copyright (c) 2023 Isabella Regina Oliveira Goulart
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-11-302023-11-3015317310.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.211646Fotografia experimental: conceito, poética e estética de agenciamento político na arte latino-americana
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/210557
<p class="Normal tm5"><span style="font-weight: 400;">A fotografia experimental contemporânea, realizada por artistas latino-americanos, demonstra afinidade com a crítica feita por intelectuais do continente (MIGNOLO, 2010; QUIJANO, 1992; BAIO, 2022; MACHADO, 1984) aos efeitos sociais, epistêmicos e estéticos do pensamento moderno europeu. Desde o século XIX, a fotografia e seus usos dominantes remetem a valores deste pensamento, tais como o tempo linear, a objetividade, o realismo e a verossimilhança. As práticas experimentais, realizadas desde o período oitocentista, representam um contraponto a esses valores, apresentando-se como afronta estética e conceitual a esta agenda epistemológica. Sem uma cronologia ordenada e caracterizada por diferentes metodologias e estéticas, elas vêm sendo conceituadas com mais ênfase a partir dos anos 2000, por autores como Fernandes Junior (2002), Lenot (2017) e Chiarelli (2006). Com base em pesquisas recentes Wanderlei (2021, 2022) e Cruz e Wanderlei (2023), apresentamos a hipótese de que no contexto latino-americano alguns trabalhos experimentais podem se revestir de uma conotação política, pois trazem críticas às consequências históricas da Modernidade europeia ocidental, o que veremos a partir da análise dos projetos Atlântico Vermelho (2017), de Rosana Paulino, e Rumiantes (2022), de Manuel Limay Incil.</span></p>
ArtigosFotografia experimentalModernidadeEstéticaPolíticaAmérica LatinaFotografia experimentalAmérica LatinaLudimilla Carvalho
Copyright (c) 2023 Ludimilla Carvalho
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-11-302023-11-308611410.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.210557Las Calles son nuestras (y las imágenes, también)
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/211316
<p><span style="font-weight: 400;">Este artigo aborda uma série de imagens realizadas por coletivos fotográficos e fotógrafas ativistas, das mobilizações que ocorreram na Argentina desde o surgimento da onda feminista em 2015 e em torno da reivindicação pela lei do aborto seguro, legal e gratuito sancionada em 2020. Numa perspectiva teórico-crítica mas também a partir da experiência de participação no grupo de ativistas </span><em><span style="font-weight: 400;">Ni Una Menos</span></em><span style="font-weight: 400;">, explora-se a visualidade feminista como forma de representação e visibilidade da maré no espaço público, e igualmente como ferramenta de auto- representação que se liga à massificação do movimento no novo milênio, ocupação de ruas e intervenção digital, pequenas e grandes interrupções na narrativa patriarcal. A hipótese nodal é a de que o feminismo se constitui como um aparato de inteligibilidade, ou seja, como um modo de falar e produzir imagens, de ler e ver o mundo. Esta relação entre palavra e imagem implica também uma intervenção político-estética, que faz uso estratégico da performatividade e implica uma forma distinta de construir o presente e o futuro.</span></p>
ArtigosFeminismoPhotographyPerformanceVisual StudiesAbortionPaola Cortes Rocca
Copyright (c) 2023 Paola Cortes Rocca
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-11-302023-11-3020722710.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.211316Assédio em A menina santa
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/211077
<p><span style="font-weight: 400;"> 3 de junho de 2015: A marcha "Nem uma a menos", contra a violência de gênero e o feminicídio, é realizada em Buenos Aires e outras oitenta cidades argentinas. Embora o tema já estivesse presente nos debates sociais, a marcha dá uma voz poderosa não só para denunciar a violência contra a mulher, mas também para questionar como as relações afetivas entre homens e mulheres foram historicamente condicionadas. Desde seu primeiro curta-metragem, em 1995, Lucrecia Martel se concentrou na situação das mulheres e em sua percepção do afeto, como já haviam feito María Luisa Bemberg e Raúl de la Torre (cujo filme </span><em><span style="font-weight: 400;">Heroína</span></em><span style="font-weight: 400;"> é citado em </span><em><span style="font-weight: 400;">A menina santa</span></em><span style="font-weight: 400;">). No entanto, Martel apresenta fatores ausentes na obra dos diretores anteriores: a vida provinciana, a violência extrema na família, o assédio sexual em espaços públicos, seus vínculos com a cultura popular e as reticências como forma narrativa do não dito e do oculto. Em 2004, </span><em><span style="font-weight: 400;">La niña santa</span></em><span style="font-weight: 400;"> foi lançado. Neste artigo, analisarei o filme visto a partir da ruptura produzida pelo movimento 'Nem uma a menos', que transformou a forma como valorizamos, observamos e julgamos as relações afetivas entre homens e mulheres.</span></p>
ArtigosFeminismoAssédio sexual Espaço PúblicoMasculinidadeGonzalo Aguilar
Copyright (c) 2023 Gonzalo Aguilar
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-11-302023-11-3017418610.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.211077A extrema direita hoje de Cass Mudde: um guia para compreender o radicalismo de direita
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/212566
<p><span style="font-weight: 400;">Compreender o crescimento e naturalização da extrema direita nos dias atuais é o principal objetivo de Cass Mudde no livro </span><em><span style="font-weight: 400;">A extrema direita hoje</span></em><span style="font-weight: 400;">. O autor refaz a trajetória do radicalismo de direita de 1945 até os dias atuais, identificando quatro ondas (enfraquecimento após a segunda guerra mundial, reação as elites e a minorias, entrada nos parlamentos e naturalização) radicais. A extrema direita não é apresentada como um grupo unitário, mas heterogêneo que apresenta semelhanças e diferenças entre suas agendas (com destaque para questões de gênero, imigração, corrupção e segurança pública), atividades, causas, estratégias, integrantes e organização. A partir de uma análise histórica o autor argumenta que não existe uma única causa para explicar consolidação e naturalização do radicalismo de direita nos dias atuais, mas uma série de acontecimentos, alguns isolados, outros interligados que nos ajudam a compreender as causas de seu surgimento, fortalecimento e como combater o autoritarismo de direita.</span></p>
ResenhasAutoritarismoDireitaExtrema DireitaIdeologiaPartidos PolíticosRodrigo Mayer
Copyright (c) 2023 Rodrigo Mayer
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-12-312023-12-3128829510.11606/issn.1676-6288.prolam.23.212566Por uma sociologia para a emancipação: Pablo González Casanova e a sociologia militante latino-americana
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/212262
<p><span style="font-weight: 400;">O presente artigo tem por objetivo apresentar a contribuição teórico-analítica e de método de Pablo González Casanova (1922-2023) à construção de uma sociologia militante e para a emancipação. Para tanto, recupero quatro categorias da teoria social do pensador mexicano, as quais considero centrais em seu pensamento intelectual e que demarcam o trânsito entre a sociologia da exploração à sociologia da emancipação: o colonialismo, a exploração, hegemonia e crise, e a autonomia de classe. Ao apresentá-las, destaco as rotas analíticas de González Casanova e, em particular, suas articulações com a história, a cultura e as lutas empreendidas pelo campo popular para pensar e construir horizontes emancipatórios.</span></p>
ArtigosSociologia militanteTeoria SocialPablo González CasanovaEmancipaçãoLia Pinheiro Barbosa
Copyright (c) 2023 Lia Pinheiro Barbosa
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-07-302023-07-30599110.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.212262Múltiplas exposições montagens fotográficas na obra de Annemarie Heinrich
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/212016
<p><span style="font-weight: 400;">Este artigo explora as opções criativas empregadas pela fotógrafa alemã-argentina Annemarie Heinrich por meio do uso de múltiplas exposições e montagens fotográficas, analisando também a circulação dessas imagens, suas perspectivas estéticas e seu possível alcance como produções desenvolvidas por uma fotógrafa mulher. Propõe-se pensar nessas explorações fotográficas como procedimentos-chave do meio para expandir as possibilidades de representação e criar uma nova realidade imaginada; um campo de pesquisa que permitiu a Heinrich expandir sua criatividade e questionar o status de verdade da imagem fotográfica, bem como uma maneira de desenvolver seu caminho como fotógrafa dentro do panorama fotográfico local e internacional.</span></p>
ArtigosFotomontagensExposições múltiplasAnnemarie HeinrichFotografia argentinaNova MulherJulieta Pestarino
Copyright (c) 2023 Julieta Pestarino
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-11-302023-11-3022824310.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.212016Uma América Latina em constante (re)definição
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/206656
<p><span style="font-weight: 400;">A obra “DUTRA, Eliana Regina de Freitas; MYERS, Jorge. (Org.). </span><em><span style="font-weight: 400;">Continente por Definir:</span></em> <em><span style="font-weight: 400;">As Ideias de América no século XX</span></em><span style="font-weight: 400;">. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2022. 516p.”, a partir de um exercício de História Intelectual aliado à História dos Conceitos, apresenta uma perspectiva inovadora para a análise sobre as identidades americanas, latino-americanas, hispânicas ou ibero-americanas. Explorando, especialmente, a ideia de redes e as trajetórias de sujeitos fundamentais para a construção de representações sobre o continente, a coletânea apresenta uma América Latina que pode ser entendida enquanto Campo de representações e como Lugar de imaginários. Ao longo da presente resenha, exploramos as principais contribuições de cada texto, assim como analisamos as questões centrais e possíveis contribuições da obra. Como principal aspecto, se compreende que a obra é uma publicação singular e importante, tendo em vista que discute tema caro aos estudos sobre as Américas, mas constantemente naturalizado: as identidades e representações nacionais.</span></p>
ResenhasAmérica LatinaIdentidadesRepresentaçõesIgor Lemos Moreira
Copyright (c) 2023 Igor Lemos Moreira
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-07-302023-07-3033134010.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.206656Flora Tristan e o sistema de justiça patriarcal: a insurgência de “Peregrinações de uma Pária”
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/204751
<p><span style="font-weight: 400;">Flora Tristan escreveu </span><em><span style="font-weight: 400;">Peregrinaciones de una paria</span></em><span style="font-weight: 400;"> [As peregrinações de uma pária] entre 1833-1834.</span> <span style="font-weight: 400;">O livro é um relato da sua viagem pelo Peru, em busca do reconhecimento de sua família paterna. O fito desta resenha é o de mostrar a atualidade e insurgência do pensamento de Flora Tristan. Destacamos, entre essas rebeldias, a sua transcendência cronológica ao tempo vivido e os elementos fundantes de uma crítica feminista ao sistema de justiça patriarcal. É partindo de sua experiência matrimonial (da tentativa de desfecho dessa experiência) que Flora explora as determinações patriarcais que se interseccionam com o sistema de justiça. Desvenda, a partir daí a relação de dominação e imposição do casamento, bem como a determinação do “papel feminino” no seio da família. Ao trazer a perseguição chancelada pelo Estado do homem sobre a mulher, Flora afirma a atualidade da sua obra após 188 anos da primeira publicação. Sua insurgência não reside apenas no tratamento analítico dado ao apagamento dos fundamentos filosóficos do direito de liberdade das mulheres, mas na sua arguta apreensão sobre a relação de dominação masculina com a formulação jurídica do direito de propriedade privada burguesa. Flora inaugura como princípio revolucionário que o privado, além de público, é político. Desta</span><span style="font-weight: 400;">ca-se a rele</span><span style="font-weight: 400;">vância contemporânea de sua obra para a América Latina e o Caribe, em especial no pensamento feminista.</span></p>
ResenhasFlora Tristan.Justiça PatriarcalGêneroJoana das Flores Duarte
Copyright (c) 2023 Joana Das Flores Duarte
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-07-302023-07-3034134910.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.204751O desafio do desenvolvimento: trajetórias dos grandes economistas latinoamericanos do século XX
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/203838
<p><span style="font-weight: 400;">O livro “</span><em><span style="font-weight: 400;">El desafío del desarrollo. Trayectorias de los grandes economistas latinoamericanos del siglo XX</span></em><span style="font-weight: 400;">” [O desafio do desenvolvimento. Trajetorias dos grandes economistas latino-americanos do século XX] coordenado por Juan Odisio e Marcelo Rougier - publicado em Santander, Espanha em 2022 pela editora da Universidade de Cantábria e da Universidade de Rosário, Colômbia, no âmbito da Colección Sociales #72 - reúne e desdobra a configuração intelectual de dez economistas latino-americanos atraídos pelos problemas de desenvolvimento da região. A partir de uma exploração substancial, histórica e intelectual, mostram o entrelaçamento de reminiscências pessoais, desenvolvimento profissional e evolução intelectual dos autores relativamente ao núcleo cardinal do estruturalismo latino-americano. </span></p>
ResenhasDesenvolvimento econômicoEstruturalismoPensamento econômico latino-americanoHéctor López Terán
Copyright (c) 2023 Héctor López Terán
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-07-302023-07-3035036210.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.203838Fiçcão visionária e anticolonialidade no filme "o que não tem espaço está em todo lugar", de Jota Mombaça
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/211328
<p><span style="font-weight: 400;">O artigo discute o filme-ensaio </span><span style="font-weight: 400;">“</span><span style="font-weight: 400;">O que não tem espaço está em todo lugar</span><span style="font-weight: 400;">”</span><span style="font-weight: 400;"> (2020), da artista visual Jota Mombaça, que realiza</span><span style="font-weight: 400;"> debates sobre racismo interseccionado com classe, gênero e sexualidade através de textos, performances, instalações, filmes e fotografias. R</span><span style="font-weight: 400;">ealizado durante a pandemia do Covid-19, o filme é uma espécie de diário de viagem fabulado a partir da ressignificação de arquivos de deslocamentos da artista entre Lisboa, Fortaleza e Berlim. Com ele, a artista faz um manifesto contra a violência e exclusão de corpos e subjetividades que não se encaixam no modelo moderno-capitalístico do homem ocidental, branco, cisgênero e heterossexual. O texto discute as operações enunciativas acionadas no filme e seu papel na crítica de Mombaça a essas lógicas de violência. Conclui-se que tais estratégias, por um lado, impregnadas de gestos de errância, velocidade e instantaneidade,</span> <span style="font-weight: 400;">corporificam dores e interdições, mas, por outro, implicam um pacto com a vida, no qual corpos e subjetividades dissidentes, exatamente por não poderem existir no mundo, precisam ser afirmados em todo lugar.</span></p>
ArtigosAnticolonialidadeFicção VisionáriaFilme-EnsaioCorpos dissidentesR/existênciaComunicaçãoArteFernando do Nascimento Gonçalves
Copyright (c) 2023 Fernando do Nascimento Gonçalves
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-11-302023-11-3018720610.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.211328Entre Fotografia e Arte Têxtil: outras epistemologias na arte contemporânea latino-americana
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/211059
<p><span style="font-weight: 400;">Com o intuito de refletir sobre algumas estratégias estético-políticas utilizadas na produção artística contemporânea latino-americana, propomos observar a série “Detrás del têxtil” (2018-2019), da artista peruana Ana Teresa Barboza. Nesta série, Ana Teresa Barboza aproxima a imagem fotográfica e a arte têxtil, para criar foto-esculturas de mapas geológicos híbridos de regiões específicas relacionadas às distintas práticas tradicionais de tecelagem em seu país de origem. Ao produzir misturas improváveis entre meios que se utilizam de matérias plásticas e visuais tão distintas, a obra de Ana Teresa dá a ver outras epistemologias capazes de descentrar as matrizes eurocêntricas humanistas dominantes que determinam ainda hoje as bases do atual projeto de mundo. Para além de uma visada salvacionista que promete dar conta de resolver os problemas de nosso tempo, tanto quanto para além de uma perspectiva calcada no esgotamento e no fim, interessa questionar, de que forma essas imagens incitam, de modo propositivo, a invenção de mundos possíveis. Sob a perspectiva de uma fotografia expandida, este trabalho almeja perceber como os atravessamentos da fotografia com outras formas de arte, nesse caso a arte têxtil, comumente voltada para o universo do trabalho das mulheres, podem atuar como estratégias potentes de produção de outros modos de ser e de estar em comum.</span></p> <p> </p>
ArtigosFotografiaArte têxtilArte contemporâneaMundos possíveisArte contemporâneaFotografiaArteComunicaçãoVicta de Carvalho
Copyright (c) 2023 Victa de Carvalho
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-11-302023-11-30588510.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.211059“Retornar al origen: narrativas ancestrales sobre humanidad, tiempo y mundo”: contribuições para um ambiente científico e acadêmico pós-abissal na América do Sul
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/211853
<p><strong> </strong><span style="font-weight: 400;">A obra “</span><em><span style="font-weight: 400;">Retornar al Origen: Narrativas ancestrales sobre humanidade, tiempo y mundo</span></em><span style="font-weight: 400;">” é fruto da parceria entre acadêmicos sul-americanos e “sábias” e “sábios” originários, como são denominadas as autoridades indígenas entrevistadas. Nela encontramos relatos sobre as origens e as trajetórias da humanidade a partir das cosmovisões de cada um dos diferentes grupos étnicos apresentados (os </span><em><span style="font-weight: 400;">Kichwa, </span></em><span style="font-weight: 400;">os </span><em><span style="font-weight: 400;">Muina, </span></em><span style="font-weight: 400;">os</span><em><span style="font-weight: 400;"> Aimara, </span></em><span style="font-weight: 400;">os</span><em><span style="font-weight: 400;"> Nasa Yuwe </span></em><span style="font-weight: 400;">e os</span><em><span style="font-weight: 400;"> Shuar</span></em><span style="font-weight: 400;">) e também uma reflexão sobre o conselho de anciões do povo </span><em><span style="font-weight: 400;">Mama Kogui. </span></em><span style="font-weight: 400;">O livro aposta na tradição oral como fonte fidedigna de conhecimento, incorpora determinadas categorias ancestrais e revela a utilização de metodologias transgressoras. Indica, assim, que a aposta na copresença radical entre diferentes epistemologias e ontologias é um importante passo para a construção de um ambiente acadêmico intercultural e pós-abissal na América do Sul.</span></p>
ResenhasPovos origináriosSaberes ancestraisHistóriaPensamento pós-abissalAmérica do SulBruna Muriel F. HuertasFernando Oliveira Nascimento
Copyright (c) 2023 Bruna Muriel Fuscaldo, Fernando Oliveira Nascimento
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-12-312023-12-3127728710.11606/issn.1676-6288.prolam.23.211853Conjunturas críticas, mudanças de ciclos políticos e desdemocratização na Venezuela ao longo dos governos chavistas
https://revistas.usp.br/prolam/article/view/209613
<p><span style="font-weight: 400;">O presente artigo analisa as transformações sociopolíticas ocorridas na Venezuela desde a chegada de Chávez ao poder, utilizando os conceitos de </span><em><span style="font-weight: 400;">conjuntura crítica</span></em><span style="font-weight: 400;">, </span><em><span style="font-weight: 400;">ciclo político</span></em><span style="font-weight: 400;"> e </span><em><span style="font-weight: 400;">(des)democratização</span></em><span style="font-weight: 400;"> como ferramentas teóricas. Mais especificamente, objetivamos responder a seguinte pergunta: é possível afirmar que, na mudança do governo de Hugo Chavéz para o governo de Nicolás Maduro, houve também uma mudança de </span><em><span style="font-weight: 400;">ciclo político</span></em><span style="font-weight: 400;">? Argumentamos que sim, pois houve uma significativa reformulação das agendas dominantes no debate público e uma rearticulação dos atores hegemônicos nas disputas políticas, fazendo emergir inclusive novos atores. Além disso, a maneira como as instituições funcionam foi radicalmente alterada, principalmente do ponto de vista do seu funcionamento informal. O resultado disso foi que, desde 2013, está em curso um processo no qual os elementos democratizantes que marcaram o </span><em><span style="font-weight: 400;">ciclo político </span></em><span style="font-weight: 400;">chavista (1999-2013) vêm desaparecendo e os traços desdemocratizantes herdados desse período se acentuam progressivamente.</span></p>
ArtigosChavismoCiclo PolíticoConjuntura CríticaDemocratizaçãoMudançaJefferson Nascimento
Copyright (c) 2023 Jefferson Nascimento
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
2023-07-302023-07-3027130510.11606/issn.1676-6288.prolam.2023.209613