Indígenas em Canarana: notas citadinas sobre a criatividade parque-xinguana
DOI:
https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2017.132074Palavras-chave:
Etnologia indígena, Xingu, indígenas na cidade, criatividade, relações com os brancosResumo
Este artigo propõe uma aproximação aos indígenas parque-xinguanos desde a cidade de Canarana (MT), município que compõe a porção sudeste do Parque Indígena do Xingu (PIX). Sediando as principais instituições de atendimento social, a FUNAI regional e diversas subsedes de organizações indígenas, Canarana é um município de referência para os indígenas do PIX. A cidade, espaço regido por uma lógica de Estado que insiste em reduzi-los à imagem do pobre, se faz cada dia mais um ambiente também indígena, desafiando a existência e a filosofia parque-xinguanas e dando origem a um momento absolutamente criativo da vida destas pessoas, de suas práticas filosóficas, de sua imaginação. Partindo de minhas experiências em Canarana entre os anos de 2014 e 2016, este trabalho explora duas diferentes imagens dos brancos da cidade formuladas pelos parque-xinguanos – o “peão” e o “chefe” – destacando as consequências da complexificação desta categoria para a teoria indígena das transformações no contexto urbano. Por fim, aborda os movimentos e expectativas indígenas quanto às suas relações na cidade e propõe uma reflexão sobre algumas das incongruências mais salientes entre a perspectiva parquexinguana e as formas com que o Estado pretende atualizar estas relações nas paisagens urbanas deste município.Downloads
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