Ser ou não ser pescadora artesanal? Trabalho feminino, reconhecimento e representação social entre marisqueiras da Bacia de Campos, RJ

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.178848

Palavras-chave:

Pesca artesanal, divisão sexual do trabalho, gênero, identidade, educação ambiental

Resumo

O presente texto descreve e analisa, a partir de uma perspectiva de gênero, as relações de trabalho das mulheres na pesca artesanal de Campos dos Goytacazes, RJ, tendo como foco o processo de participação e representação feminina no Grupo Gestor da Pesca Artesanal. A partir de pesquisa qualitativa e entrevistas narrativas, analisamos a recusa e interdição ao uso da identidade laboral de pescadora por meio do agenciamento das categorias nativas marisqueira(s), fundo(s) de quintal(is) e dona(s) de fundo de quintal. Esses dados descritivos foram cotejados e tensionados à teoria de divisão sexual do trabalho e à categoria analítica de gênero para compreender possíveis desigualdades e formas de (in)visibilização do trabalho feminino na pesca artesanal local. Este artigo é resultado de pesquisa financiada pelo Projeto de Educação Ambiental (PEA) Pescarte, que é uma medida de mitigação exigida pelo Licenciamento Ambiental Federal, conduzido pelo IBAMA.

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Biografia do Autor

  • Lilian Sagio Cezar, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

    Lilian Sagio Cezar é Professora Associada do Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais CCH - UENF, Chefe do Laboratório de Estudos do Espaço Antrópico e coordenadora da Unidade Experimental de Som e Imagem – UENF. É Mestra em Multimeios pelo Programa de Pós-Graduação em Multimeios do IA-UNICAMP e Doutora em Antropologia Social pelo Programa Pós-Graduação de Antropologia Social FFLCH - USP. Integrou a Equipe de Pesquisa e Assessoria Científica da 2.º Fase do Projeto de Educação Ambiental (PEA) Pescarte entre 2017 e 2019.

  • Rafaella Theis, Universidade Federal do Paraná

    Rafaella Theis é Professora e Coordenadora do Curso de História da Faculdade CENSUPEG. É Mestra em Políticas Sociais pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais CCH - UENF. Desde 2019 é doutoranda em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia SHC - UFPR.

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Publicado

2020-12-17

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Cezar, L. S., & Theis, R. (2020). Ser ou não ser pescadora artesanal? Trabalho feminino, reconhecimento e representação social entre marisqueiras da Bacia de Campos, RJ. Revista De Antropologia, 63(3), e178848. https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2020.178848