A Socialidade contra o Estado: a antropologia de Pierre Clastres

Autores

  • Gustavo Baptista Barbosa UFRJ; Museu Nacional

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-77012004000200006

Palavras-chave:

teoria antropológica, antropologia política, Pierre Clastres, socialidade

Resumo

Clastres promove uma "dessubstancialização" do Estado, que não é "o Eliseu, a Casa Branca, o Kremlin", mas um "acionamento efetivo da relação de poder". Não há por que acreditar, então, que ele tenha, num pudor durkheimiano, reificado a sociedade. Ainda que não recorra ao conceito, parece-nos que existe já socialidade em Clastres: a socialidade contra o Estado, portanto. Ao explorar, nas três partes deste estudo, a maneira como Clastres encara a "sociedade", o "Estado" e o "contra", acreditamos que, com o auxílio de sua etnografia, encontramos indicações de como enfrentar alguns dos impasses da antropologia; como o de abandonar o individualismo metodológico sem cair num holismo transcendental e vice-versa; o de construir modelos de intencionalidade sem sujeitos; o de pensar a relação social sem, por esta démarche, implicar necessariamente a existência da "sociedade"; e, finalmente, o de mostrar como a "objetividade" da socialidade pode operar por meio da "subjetividade" das pessoas-em-interação.

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Publicado

2004-01-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Barbosa, G. B. (2004). A Socialidade contra o Estado: a antropologia de Pierre Clastres . Revista De Antropologia, 47(2), 529-576. https://doi.org/10.1590/S0034-77012004000200006