Islã, transe e liminaridade

Autores

  • Lorenzo Macagno Universidade Federal do Paraná; Departamento de Antropologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-77012007000100003

Palavras-chave:

Islã, transe, liminaridade, ritual, Moçambique

Resumo

As confrarias sufistas, com sede em Zanzibar e Comores, foram, a partir do final do século XIX, a principal porta de entrada para o Islã no norte de Moçambique. Este artigo analisa uma das confrarias mais desconhecidas do país e cujas práticas, aos olhos dos porta-vozes "reconhecidos" do Islã, não respondem, supostamente, aos ensinamentos de Maomé: transe, êxtase, faquirismo, celebração do Maulide (aniversário do profeta), danças, cânticos. Por meio de uma pesquisa de campo realizada em Nampula e na Ilha de Moçambique, e utilizando algumas ferramentas conceituais fornecidas por Victor Turner, Louis Dumont e Mary Douglas, o trabalho versa sobre alguns tópicos recorrentes da teoria do ritual, questionando, nesse sentido, as análises centradas na teoria da "marginalidade". Ao mesmo tempo, a problemática está situada no contexto das conseqüências das políticas assimilacionistas implementadas pela administração colonial, com o objetivo de "aportuguesar" os muçulmanos africanos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Downloads

Publicado

2007-06-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Macagno, L. (2007). Islã, transe e liminaridade. Revista De Antropologia, 50(1), 85-123. https://doi.org/10.1590/S0034-77012007000100003