Do horror artístico: conto de uma festa de Ano Novo

Autores

  • Regina Coeli Machado e Silva Universidade Estadual do Oeste do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2013.64504

Palavras-chave:

Antropologia da literatura, horror artístico, Rubem Fonseca.

Resumo

Tendo como objeto de análise a irrupção da violência em uma festa narrada no conto Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca, exploro algumas
possibilidades analíticas da antropologia, enfocando-o como um gênero privilegiado de condensação simbólica e um tipo de conhecimento que desvenda significados não imediatamente perceptíveis. Isto permite pensar esse conto como um gênero de horror artístico, considerando os elementos envolvidos no enredo: a invasão dos protagonistas a uma casa durante a festa de comemoração de Ano Novo, que provocou um encontro violento, assustador e “absurdo”. O horror é suscitado não só pelas sobreposições de desigualdades sociais e simbólicas entre os grupos em confronto, mas também porque une dessemelhantes pelo excesso vivido na festa, formando uma unidade tensa ao expor o valor da vida, ainda que precário, naquela excepcionalidade. Ao atingir indiferentemente os grupos em colisão, esse “Feliz Ano Novo” revelou-se como um momento aterrador da apreensão da angústia diante do “insacrificável” valor da vida.

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Biografia do Autor

  • Regina Coeli Machado e Silva, Universidade Estadual do Oeste do Paraná
    Doutora em Antropologia Social e professora associada da Universidade Estadual
    do Oeste do Paraná

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Publicado

2013-06-30

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Do horror artístico: conto de uma festa de Ano Novo. (2013). Revista De Antropologia, 56(1), 391-424. https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2013.64504