Aproveitar a vida, juventude e gravidez

Autores

  • Helen Gonçalves Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Daniela Riva Knauth Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-77012006000200004

Palavras-chave:

adolescentes, juventude, etnografia, gravidez na adolescência, aproveitar a vida, estudo qualitativo

Resumo

Este artigo propõe demonstrar que a concepção de aproveitar a vida tem significados importantes no universo investigado. A expressão surgiu no contexto de uma pesquisa de abordagem qualitativa, realizada em Pelotas, durante os anos de 2001-2002, com 23 jovens de 18-19 anos que já tinham filho(s) e com 10 de suas mães. O objetivo inicial do estudo era compreender o contexto da gravidez na adolescência em jovens das camadas popular e média, pertencentes a um estudo de coorte de nascimento/1982. Durante o trabalho de campo, o conceito de aproveitar a vida ganhou grande destaque nas narrativas, ajudou a qualificar, classificar e, principalmente, justificar os comportamentos afetivo-sexuais juvenis. As análises demonstram que a juventude deve se posicionar na vida de uma forma proveitosa, endossando positivamente os seus valores sociais. A gravidez das jovens, para as mães, é vista como um dos efeitos da inconseqüência e da modernidade e, para as jovens da camada popular, como algo que estava previsto, favorecendo o menor controle parental. Para as jovens da camada média, a gravidez interrompe temporariamente ou inverte planos de trabalho e estudo, e afeta menos a sociabilidade das jovens, pois estas contam com maior estrutura econômica e familiar para seguir curtindo a vida.

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Publicado

2006-01-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Aproveitar a vida, juventude e gravidez . (2006). Revista De Antropologia, 49(2), 625-643. https://doi.org/10.1590/S0034-77012006000200004