“Questão política”
Programas públicos e acusações entre mediadores
DOI:
https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2018.148953Palavras-chave:
Programa público, acusações, questões políticas, declínio de prestígio e instabilidade políticaResumo
O comando de programas públicos por mediadores políticos os dota de recursos que podem proporcionar proeminência política – como foi apontado na literatura. No entanto, busquei demonstrar, neste artigo, como seu controle também pode gerar desqualificações por possibilitar o lançamento de acusações como forma de regular os poderes políticos e solapar lideranças em evidência. Assim, procurei acompanhar como o embate político funcionava na execução de um programa público, retratando o cotidiano da atividade mediadora durante sua execução. Manter-se na posição de maior prestígio como mediador requeria o poder de controlar as opiniões que circulam, lançando dúvidas nem sempre passíveis de comprovação. Honra e desonra correspondiam a sucessos e insucessos no controle da dúvida circulada sobre comportamentos públicos.
Downloads
Referências
ALDRIN, Philippe. 2005. “Rumeurs: Il n’y a pas que la vérité qui compte...”. Comprendre LES RUMEURS, Mensuel, n. 164.
ALDRIN, Philippe. 2011. “Rumeurs: Il n’y a pas que la vérité qui compte”. Science Humaines. DOSSIER: Qu’est-ce que la rumeur?. Disponível em: http://www.scienceshumaines.com/index.php?lg=fr&id_dossier, acesso em 05 de maio de 2014.
AUYERO, Javier. 2005. La política de los pobres. Buenos Aires, Manatial.
BAINILAGO, Louis. 2008. “Les Accusation de la sorcellerie au regard de l’anthropologie”. Revue Centre-Africaine d’Anthropologie, n. 2.
BETO, Frei. 2004. República Federativa do Brasil. Cartilha da Mobilização Social do Fome Zero.
BONHOMME, Julien. 2006. “Philippe Aldrin, sociologie politique des rumeurs”. L’Homme – Revue Française d’Anthropologie, 180.
BOURDIEU, Pierre. 2007. O poder simbólico. Lisboa/Rio de Janeiro, Difel/Bertrand Brasil.
BOURDIEU, Pierre. 2008. A produção da crença: contribuição para uma economia dos bens simbólicos . Porto Alegre, Zouk.
CLASTRES, Pierre. 2012. A sociedade contra o Estado. São Paulo, Cosac Naify.
DOUGLAS, Mary. 1966. Pureza e perigo. São Paulo, Perspectiva.
ELIAS, Norbert. 2000. Os estabelecidos e os outsiders – sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
FAVRET-SAADA, Jeanne. 1977. “Les Mots, la mort, les sorts”. CAIRN.INFO, 138. Disponível em: http://www.cairn.info/article_p.php?ID_ARTICLE=BISH_2009_138.
GLUCKMAN, Max. 1963. “Gossip and Scandal”. Current Anthropology, 4:307-316.
HALPERN, Catherine. 2004. “Ce que les croyances ont à nous dire”.
Sciences Humaines, n. 149, mai. Disponível em: http://www.scienceshumaines.com/articleprint2.php?lg=fr&id_article=4052, acesso em 9 de jun de 2013.
HAVILAND, J. B. 1977. “A Plea for Gossip”. Gossip, Reputation and Knowledge in Zinacantan. Chicago.
KUSCHNIR, Karina. 2000. O cotidiano da política. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
KUSCHNIR, Karina. 2001. “Trajetória, projeto e mediação na política”. In KUSCHNIR, Karina e VELHO, Gilberto (orgs.). Mediação, cultura e política. Rio de Janeiro, Aeroplano Editora.
MAQUIAVEL, Nicolau. 2014. O príncipe. Porto Alegre, L&PM.
MENDONÇA, Daniel. 2004. “Notas sobre o ‘efeito de presença’ da representação”. Revista de Sociologia e Política, n. 23: 79-87.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. S./d. Cidadania: o principal ingrediente do Fome Zero. Livreto.
NEVES, Delma Pessanha. 1997. “O processo de assentamento possível: os assentados e os mediadores institucionais”. In ______. Assentamento rural: reforma agrária em migalhas: estudo do processo de mudança da posição social de assalariados rurais para produtores agrícolas mercantis. Niterói, EDUFF.
NEVES, Delma Pessanha. 2008. Desenvolvimento social e mediadores políticos. Porto Alegre,Editora da Universidade do Rio Grande do Sul.
NICHOLAS, Ralph W. 1979. “Segmentary Factional Political Systems”. In SWARTZ, Marc J.; TURNER, Victor W.; e TUDEN, Arthur (orgs). Political Anthropology. Aldine Publishing Company.
PAINE, Robert. 1967. “What is Gossip About? An Alternative Hypothesis”. Man, 2(2):278-285.
RAINAUDI, Claude. 2005. “Rumeurs, anti-rumeur et contre-rumeur: Comment renforcer une rumeur hostile et perdre de l’argent?”. Libéralisme e demócratie: accueil. Disponível em: http://liberalisme-democraties-debat-public.com/spip.php?article9, acesso em 04 de maio de 2014.
SAHLINS, Marshall. 2004. “Homem pobre, homem rico, grande-homem, chefe: tipos políticos na Melanésia e na Polinésia”. In Cultura na prática. Rio de Janeiro, UFRJ.
SOUZA, Celina. 2006. “Políticas públicas: uma revisão da literatura”. Sociologias. (UFRGS), Porto Alegre, v. 8, n. 16: 20-45.
SOUZA LIMA, Antonio Carlos de e CASTRO, João Paulo Macedo e. 2015. “Notas para uma abordagem antropológica da(s) políticas(s) pública(s)”. Revista Anthropológicas, ano 19, 26(2): 17-54.
VELHO, Gilberto. 2001. “Biografia, trajetória e mediação”. In KUSCHNIR, Karina e VELHO, Gilberto (orgs.). Mediação, cultura e política. Rio de Janeiro, Aeroplano Editora. Jornais: UR-Gente, janeiro/2004; UR-Gente, agosto/2004; U R- Gente, novembro/2004; UR-Gente, maio/2006.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Revista de Antropologia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Revista de Antropologia concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).