A abordagem ecológica e os paradoxos da cidade

Autores

  • Alba Maria Zaluar Universidade Estadual do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2010.37712

Palavras-chave:

violência, juventude, pobreza, vizinhança, controle social informal, confiança, polícia, ecologia humana.

Resumo

O artigo discute as limitações da tese que vincula a pobreza à criminalidade violenta com base nas novas teorias ecológicas sobre a concentração de certos crimes em áreas urbanas. Considera-se que o enfraquecimento de laços interpessoais, intergeracionais e interpares favorece o esgarçamento do tecido social, além de propiciar a impunidade, pois o que distingue as vizinhanças pobres das prósperas, mesmo aquelas em que há níveis semelhantes de crimes nelas cometidos, é o grau de registro dos crimes, mais baixo nas primeiras. A diversidade e o anonimato, concomitantes à maior liberdade dos citadinos vis-à-vis senhores e figuras de autoridade em domínios privados, vieram acompanhados da diminuição dos controles sociais informais sobre os jovens devido aos laços sociais enfraquecidos e à falta de confiança entre vizinhos, o que resultaria no aumento da criminalidade. Este é o cerne da abordagem ecológica discutida à luz da situação vivida no Rio de Janeiro e seus paradoxos.

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Biografia do Autor

  • Alba Maria Zaluar, Universidade Estadual do Rio de Janeiro
    Concluiu o curso de graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1965), iniciou a pós graduação na Universidade de Manchester, Inglaterra, concluiu o mestrado em Antropologia Social no Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (1974) e o doutorado em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (1984). Passou em concurso para Prof. Livre Docente da UNICAMP e para Professor Titular em Antropologia Social da UERJ. Atualmente é professor titular de Antropoloiga do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro onde fundou em 1997 e coordena o Núcelo de Pesquisa em Violências (NUPEVI) com inúmeras pesquisas quantitativas e qualitativas no tema das violências doméstica, policial, urbana, vinculada ao tráfico de drogas . Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana e da Religião, atuando principalmente nos seguintes temas: pobreza urbana, violências, tráfico de drogas, cidadania, juventude, gênero, religiosidade e políticas públicas.

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Publicado

2012-08-10

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A abordagem ecológica e os paradoxos da cidade. (2012). Revista De Antropologia, 53(2). https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2010.37712