Crescimento de ativos e retorno de ações:

evidências no mercado brasileiro

Autores

  • Márcio André Veras Machado Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Administração https://orcid.org/0000-0003-2635-5240
  • Robert William Faff University of Queensland, Faculty of Business, Economics and Law

DOI:

https://doi.org/10.1590/rc&f.v29i78.150637

Palavras-chave:

anomalias, efeito do crescimento de ativos, efeito do investimento, fatores de risco

Resumo

Evidências empíricas sugerem que as empresas que vivenciaram rápido crescimento, por meio de aumento do financiamento externo e realizando investimentos e aquisições de capital, tendem a demonstrar mau desempenho operacional e menor retorno de ações, ao passo que as empresas que vivenciaram contração, por desinvestimento, recompra de ações e quitação de dívidas, tendem a mostrar bom desempenho operacional e maiores retornos de ações. Assim, este estudo teve por objetivo analisar a relação entre crescimento de ativos e retorno de ações no mercado acionário brasileiro e testou a hipótese de que o crescimento de ativos está relacionado negativamente ao retorno de ações futuras. Para tanto, a metodologia se dividiu em 3 etapas: verificar 1) se existe anomalia do crescimento de ativos; 2) se essa relação pode ser explicada pela hipótese de fricção do investimento e/ou pela hipótese de limites à arbitragem; e 3) se o crescimento de ativos constitui fator de risco ou precificação incorreta. Além disso, a análise foi realizada tanto em nível de carteira como em nível de ativos individuais. A amostra incluiu todas as empresas não financeiras negociadas em B3 de junho de 1997 a junho de 2014. Quanto aos principais resultados, este estudo constatou que o efeito do crescimento de ativos existe, tanto no nível de carteira como no nível de ativos individuais, embora seja sensível à proxy. Sobre a materialidade do efeito, este estudo concluiu que o efeito do crescimento de ativos não é economicamente relevante, uma vez que não é observado em empresas de grande porte, independente da proxy usada, um fato que torna difícil explorar esse efeito. Outro achado é que o efeito do crescimento de ativos pode não estar relacionado à hipótese de limites à arbitragem e à hipótese de restrição financeira; além disso, esse efeito pode ser considerado um fator de risco, sugerindo que o efeito do investimento documentado no mercado de ações brasileiro pode ser explicado pela perspectiva racional da precificação de ativos. Portanto, os profissionais do mercado de capitais devem levar em consideração o fator crescimento de ativos em modelos de preços de ativos para melhor avaliação do risco de investimento

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Publicado

2018-09-27

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Machado, M. A. V., & Faff, R. W. (2018). Crescimento de ativos e retorno de ações:: evidências no mercado brasileiro. Revista Contabilidade & Finanças, 29(78), 418-434. https://doi.org/10.1590/rc&f.v29i78.150637