Vinte e um anos sem correção monetária no Brasil:

impactos na comparabilidade da informação contábil em empresas siderúrgicas e metalúrgicas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/rc&f.v29i78.150644

Palavras-chave:

correção monetária, inflação, qualidade da informação, comparabilidade, investidor.

Resumo

O estudo teve por objetivo verificar empiricamente a existência ou não de distorção da comparabilidade da informação, quando omitidos os efeitos inflacionários nas demonstrações contábeis. Apesar de o Brasil vivenciar, desde o Plano Real, um cenário de inflação sob controle, com índices bem aquém dos registrados nas décadas de 1980 e 1990, discutir sobre a necessidade do reconhecimento contábil dos efeitos da inflação permanece como uma questão extremamente relevante e pertinente, em face da proposta da contabilidade de produzir informações fidedignas que reflitam o mais próximo à realidade econômica na qual operam as organizações. Os resultados da pesquisa evidenciam que a contabilidade financeira tem sido diretamente afetada pela omissão dos efeitos inflacionários nas demonstrações contábeis, chamando a atenção para os efeitos negativos causados à qualidade das informações por ela produzidas. Para operacionalização da pesquisa, aplicou-se, aos balanços de empresas brasileiras do subsetor de siderurgia e metalurgia listadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo, no período de 1996 a 2016, a correção monetária de balanços (CMB). A partir das variáveis lucro líquido, retorno sobre o patrimônio líquido (return on equity – ROE) e retorno sobre ativos (return on assets – ROA) e de dois eixos conceituais de comparabilidade (entre empresas e entre períodos), foram desenvolvidos os parâmetros estatísticos e definidas as hipóteses, as quais foram testadas por meio do teste paramétrico t de Student. A pesquisa mostra o prejuízo causado ao processo de tomada de decisão dos usuários externos, a quem se destinam as demonstrações contábeis quando estas são preparadas, desprezando-se os efeitos da inflação. Tal prejuízo é verificável pelas análises dos resultados obtidos, dentre as quais a observação de relevantes distorções entre as médias dos indicadores corrigidos e as médias dos indicadores históricos, como o caso do lucro líquido em 2001, 2002, 2012, 2013, 2014 e 2016 (33,98, 91,92, -65,54, -30,01, -53,59 e 26,30% de variação, respectivamente), do ROE (-67,16, -61,43, -53,06, -63,46, -133,81 e 65% de variações em 2008, 2009, 2010, 2011, 2014 e 2015, respectivamente) e do ROA (-26,70, -41,14, -33,34, -43,49, 98,83 e -413,68% em 2005, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2014, respectivamente).

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Biografia do Autor

  • Wellington Rodrigues Silva Souza

    Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, Mestrado Acadêmico em Ciências Contábeis

  • Marcos Peters

    Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, Mestrado Acadêmico em Ciências Contábeis

  • Aldy Fernandes da Silva

    Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, Mestrado Acadêmico em Ciências Contábeis

  • Maria Thereza Pompa Antunes

    Faculdade Fipecafi, Mestrado Profissional em Controladoria e Finanças

Publicado

2018-09-27

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Souza, W. R. S., Peters, M., Silva, A. F. da, & Antunes, M. T. P. (2018). Vinte e um anos sem correção monetária no Brasil:: impactos na comparabilidade da informação contábil em empresas siderúrgicas e metalúrgicas. Revista Contabilidade & Finanças, 29(78), 355-374. https://doi.org/10.1590/rc&f.v29i78.150644