Corrupção, lavagem de dinheiro e conluio no Brasil: evidências empíricas dos vínculos entre fraudadores e cofraudadores no caso Lava Jato

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2019.158510

Palavras-chave:

Corrupção, Lavagem de dinheiro, Cofraudador, Lava Jato

Resumo

Este estudo exploratório objetiva compreender os vínculos que conectam cofraudadores em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro presentes na Operação “Lava Jato”. A base de dados foi construída por meio da leitura das denúncias realizadas e documentadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Foram identificadas todas as pessoas acusadas pelo MPF e suas características (gênero, idade e experiência anterior ao crime), assim como a natureza dos vínculos entre fraudadores e cofraudadores, o tipo de crime e o papel do acusado no crime. Sinteticamente, os resultados demonstraram que os fraudadores líderes já haviam sido condenados anteriormente e/ou possuíam experiência nas fraudes cometidas. Os resultados demonstraram ainda que os vínculos afetivos estão positivamente relacionados à apropriação indébita, ocultação de provas e “testa de ferro”. Se por um lado, Fee e Murphy (2015) destacaram a natureza dos vínculos entre membros de grupos fraudulentos, nossos achados evoluem e fornecem algumas evidências empíricas dos vínculos funcionais que servem à organização e invariavelmente para os vínculos afetivos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ACFE (2018). Report to the nations. Disponível em: <https://www.acfe.com/report-to-the-nations/2018/> Acesso
em: 15 maio 2019.

Alvarez, J. P. (2015). Low-Level Corruption Tolerance: An “Action-Based” Approach for Peru and Latin America.
Journal of Politics in Latin America, 7(2), 99-129. DOI: https://doi.org/10.1177/1866802X1500700204.

Ashforth, B. E., & Anand, V. (2003). The normalization of corruption in organizations. Research in organizational
behavior, 25, 1-52. DOI: https://doi.org/10.1016/S0191-3085(03)25001-2.

Bishop, C. C., Hermanson, D. R., & Riley Jr, R. A. (2017). Collusive fraud: Leader, incident, and organizational
characteristics. Journal of Forensic Accounting Research, 2(1), 49-70. DOI: https://doi.org/10.2308/jfar-
51826.

Bonny, P., Goode, S., & Lacey, D. (2015). Revisiting employee fraud: gender, investigation outcomes and offender
motivation. Journal of Financial Crime, 22(4), 447-467. DOI: https://doi.org/10.1108/JFC-04-2014-0018.

Button, M., Shepherd, D., & Blackbourn, D. (2018). Co-offending and bribery: the recruitment of participants to
corrupt schemes and the implications for prevention. Security Journal, 31, 882-900.

Chaikin, D. (2008). Commercial corruption and money laundering: a preliminary analysis. Journal of Financial
Crime, 15(3), 269-281. DOI: https://doi.org/10.1108/13590790810882865.

Cox, D. (2014). Handbook of anti-money laundering. John Wiley & Sons.

Dimant, E., & Tosato, G. (2018). Causes and effects of corruption: what has past decade's empirical research taught us? A survey. Journal of Economic Surveys, 32(2), 335-356. DOI: https://doi.org/10.1111/joes.12198.

Dollar, D., Fisman, R., & Gatti, R. (2001). Are women really the “fairer” sex? Corruption and women in
government. Journal of Economic Behavior & Organization, 46(4), 423-429. DOI: https://doi.org/10.1016/
S0167-2681(01)00169-X.

Fávero, L.P., & Belfiore, P. (2017). Manual de Análise de Dados: Estatística e Modelagem Multivariada com
excel, SPSS e Stata. Elsevier, Rio de Janeiro.

Free, C. (2015). Looking through the fraud triangle: A review and call for new directions. Meditari Accountancy
Research, 23(2), 175-196. DOI: https://doi.org/10.1108/MEDAR-02-2015-0009.

Free, C., & Murphy, P. R. (2015). The ties that bind: The decision to co‐offend in fraud. Contemporary Accounting
Research, 32(1), 18-54. DOI: https://doi.org/10.1111/1911-3846.12063.

Gonçalves, V. B., & Andrade, D. M. (2019). A corrupção na perspectiva durkheimiana: um estudo de caso da
Operação Lava Jato. Revista de Administração Pública. (53)2, 271-290. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-
761220180192.

Jancsics, D. (2019). Corruption as resource transfer: An interdisciplinary synthesis. Public Administration Review.
(79)4, 523-537. DOI: https://doi.org/10.1111/puar.13024.

Kleemans, E. R., & De Poot, C. J. (2008). Criminal careers in organized crime and social opportunity structure.
European Journal of Criminology, 5(1), 69-98.

Kominis, G., & Dudau, A. (2018). Collective corruption–How to live with it: Towards a projection theory of
post-crisis corruption perpetuation. European Management Journal, 36(2), 235-242. DOI: https://doi.
org/10.1016/j.emj.2017.12.001.

Lantz, B., & Hutchison, R. (2015). Co-offender ties and the criminal career: The relationship between co-offender
group structure and the individual offender. Journal of Research in Crime and Delinquency, 52(5), 658-690.
DOI: https://doi.org/10.1177/0022427815576754.

Levi, M., & Reuter, P. (2006). Money laundering. Crime and Justice, 34(1), 289-375. DOI: https://doi.
org/10.1086/501508.

Maragno L. M. D., & Borba, J. A. (2019). Unearthing money laundering at Brazilian Oil Giant Petrobras. Journal
of Money Laundering Control. 22(2). DOI: https://doi.org/10.1108/JMLC-03-2018-0027.

Maragno, L. M. D., & Borba, J. A. (2017). Mapa conceitual da fraude: configuração teórica e empírica dos estudos
internacionais e oportunidades de pesquisas futuras. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 11,
41-68. DOI: https://doi.org/10.17524/repec.v11i0.1665.

Mclannahan, B. (2017). Fiscalização em bancos globais afeta emergentes. Valor Econômico. São Paulo. Disponível
em: <https://www.valor.com.br/financas/5113464/fiscalizacao-em-bancos-globais-afeta-emergentes>.
Acesso em: 15 maio 2019.

Mcgloin, J. M., & Nguyen, H. (2012). It was my idea: Considering the instigation of co‐offending. Criminology,
50(2), 463-494. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1745-9125.2011.00266.x.

Milne, R. (2019). Prosecutors charge ex-Danske Bank chief in money-laundering probe: Thomas Borgen is first
senior manager to be indicted in €200bn scandal. Financial Times. Londres, 07 maio 2019. Disponível em:
<https://www.ft.com/content/a78b04ba-70d5-11e9-bf5c-6eeb837566c5>. Acesso em: 13 maio 2019.

OCDE. (2018). Money laundering. Disponível em: < https://www.oecd.org/cleangovbiz/toolkit/moneylaundering.
htm> Acesso em: 13 maio 2019.

Pinto, J., Leana, C. R., & Pil, F. K. (2008). Corrupt organizations or organizations of corrupt individuals? Two
types of organization-level corruption. Academy of Management Review, 33(3), 685-709. DOI: https://doi.
org/10.5465/amr.2008.32465726.

Reuters (2016). IMF: Global corruption costs trillions in bribes, lost growth. Disponível em: <https://
www.reuters.com/article/us-imf-corruption/imf-global-corruption-costs-trillions-in-bribes-lost-growthidUSKCN0Y22B7>. Acesso em: Acesso em: 15 maio 2019.

Schwartzkopff, F., & Magnusson, N. (2019). Swedbank Hunts for CEO as Dirty Money Investigations Continue.
Bloomberg. Nova York. Disponível em: <https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-05-13/swedbankhunts-
for-ceo-as-dirty-money-investigations-continue>. Acesso em: 15 maio 2019.

Tillyer, M. S., & Tillyer, R. (2015). Maybe I should do this alone: A comparison of solo and co-offending robbery
outcomes. Justice Quarterly, 32(6), 1064-1088. DOI: https://doi.org/10.1080/07418825.2014.883422.

Trompeter, G. M., Carpenter, T. D., Jones, K. L., & Riley Jr, R. A. (2014). Insights for research and practice:
What we learn about fraud from other disciplines. Accounting Horizons, 28(4), 769-804. DOI: https://doi.
org/10.2308/acch-50816.

UNODC. (2019). Money-Laundering and Globalization. Disponível em: <https://www.unodc.org/unodc/en/
money-laundering/globalization.html>. Acesso em: 10 abril 2019

Van Mastrigt, S. B., & Farrington, D. P. (2011). Prevalence and characteristics of co‐offending recruiters. Justice
Quarterly, 28(2), 325-359. DOI: https://doi.org/10.1080/07418825.2010.482535.

Weerman, F. M. (2003). Co-offending as a social exchange: Explaining characteristics of co-offending. British
Journal of Criminology, 43, 398-416. DOI: https://doi.org/10.1093/bjc/43.2.398.

Publicado

2019-11-28

Edição

Seção

Fraudes e Corrupção: o que Contabilidade e Organizações têm a dizer?

Como Citar

Maragno, L. M. D., Knupp, P. de S., & Borba, J. A. (2019). Corrupção, lavagem de dinheiro e conluio no Brasil: evidências empíricas dos vínculos entre fraudadores e cofraudadores no caso Lava Jato. Revista De Contabilidade E Organizações, 13, 5-18. https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2019.158510