Criando dificuldades para vender facilidades: corrupção, burocracia e crescimento corporativo no Mercosul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2019.158324

Palavras-chave:

Burocracia, Corrupção, Crescimento econômico, Teoria da Graxa sobre Rodas, Mercosul

Resumo

A pesquisa teve como escopo investigar, nos países do Mercosul, o reflexo da sinergia entre a dificuldade de realização de negócios e a percepção da corrupção do setor público no crescimento econômico e financeiro das empresas. A amostra foi composta por 8 países integrantes do Mercosul, entre os anos de 2010 a 2017, com um total de 655 empresas de diversos setores e 4.648 observações. Com base na Teoria da Graxa sobre Rodas, o estudo levou em consideração que a corrupção pode favorecer o crescimento econômico das empresas, à medida que desate as amarras da burocracia e reduza os custos transacionais das empresas. Os resultados encontrados conduzem ao entendimento de que a associação sinérgica entre a percepção da corrupção e a dificuldade de realizações de negócios nos países do Mercosul favorece o crescimento econômico das empresas em tais países. O efeito sinérgico positivo é direcionado, preponderantemente, para as grandes empresas, em função de maiores condições financeiras de arcar com os custos da corrupção. As evidências empíricas encontradas acrescentam novas centelhas para o constructo argumentativo no qual se pauta a Teoria da Graxa sobre Rodas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Aidt, T. (2003). Economic analysis of corruption: A survey. Economic Jornal, 113(491), 632–652. DOI: https://
doi.org/10.1046/j.0013-0133.2003.00171.x.

Antunes, M. A., & Procianoy, J. L. (2003). Os efeitos das decisões de investimentos das empresas sobre o preço de
suas ações no mercado de capitais. Rausp, 38, 5-14. Disponível em: http://rausp.usp.br/wp-content/uploads/
files/V3801005.pdf.

Coase, R. H. (1937). The nature of the firm. Economica, 4(16), 386-405. DOI: https://doi.
org/10.1111/j.1468-0335.1937.tb00002.x

Doing Business – Banco Mundial. Disponível em: <http://www.doingbusines.org>. Acesso em: out. 2018.

Dreher, A., & Gassebner, M. (2013). Greasing the wheels? The impact of regulations and corruption on firm entry.
Public Choice, 155, 413–432. DOI: https://doi.org/10.1007/s11127-011-9871-2.

Fama, E. F., & French, K. R. (2006). Profitability, investment and average returns. Journal of Financial Economics,
82(3), 491-518. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2005.09.009.

Fávero, L. P. (2013). Dados em painel em contabilidade e finanças: teoria e aplicação. BBR-Brazilian Business
Review, 10(1), 131-156. DOI: https://doi.org/10.15728/bbr.2013.10.1.6.

Feldkircher, M. (2014). The determinants of vulnerability to the global financial crisis 2008 to 2009: Credit
growth and other sources of risk. Journal of international Money and Finance, 43, 19-49. DOI: https://doi.
org/10.1016/j.jimonfin.2013.12.003.

Fortunato, G., Funchal, B., & Motta, A. P. (2012). Impacto dos Investimentos no Desempenho das Empresas
Brasileiras. Revista de Administração Mackenzie, 13(4), 75-98. Disponível em: https://www.redalyc.org/
pdf/1954/195423696004.pdf.

Goedhuys, M., Mohnen, P., & Taha, T. (2016). Corruption, innovation and firm growth: firm-level evidence from
Egypt and Tunisia. Eurasian Business Review, 6(3), 299–322. DOI: https://doi.org/10.1007/s40821-016-
0062-4.

Kato, A., & Sato, T. (2015). Greasing the wheels? The effect of corruption. Canadian Journal of Development
Studies, 36(4), 459-483. DOI: https://doi.org/10.1080/02255189.2015.1026312.

Lau, C., Demir, E., & Bilgin, M. (2013). Experience-based corporate corruption and stock market volatility:
Evidence from emerging markets. Emerging Markets Review, 17, 1–13. DOI: https://doi.org/10.1016/j.
ememar.2013.07.002.

Lopes Júnior, E., Cãmara, S., Rocha, L., & Brasil, A. (2018). Influência da Corrupção nos Gastos das Empresas
Estatais. Revista de Administração Pública, 52(4), 695-711. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/
ojs/index.php/rap/article/view/75721.

Méon, P., & Weill , L. (2010). Is Corruption an Efficient Grease? World Development, 38(3), 244–259. DOI:
https://doi.org/10.1016/j.worlddev.2009.06.004.

Rock, M., & Bonnett , H. (2004). The comparative politics of corruption: Accounting for the East Asian paradox in
empirical studies of corruption,growth and investment. World Development, 32(6), 999–1017. DOI: https://
doi.org/10.1016/j.worlddev.2003.12.002.

Silva, A. M., Braga, E. C., & Laurencel, L. C. (2009). A Corrupção em uma Abordagem Econômico-Contábil e o
Auxílio da Auditoria como Ferramenta de Combate. Contabilidade Vista & Revista, 20(1), 95-117. Disponível
em: https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/575/389.

Transparency International. (2018). Corruption Perception Index 2018. Disponível em: www.transparency.org.

Vial, V., & Hanoteau, J. (2010). Corruption, manufacturing plant growth, and the Asian paradox: Indonesian
evidence. World Development, 38(5), 693–705. DOI: https://doi.org/10.1016/j.worlddev.2009.11.022.

Vu, H., Tran, T., Nguyen, T., & Lim, S. (2018). Corruption, Types of Corruption and Firm Financial Performance:
New Evidence from a Transitional Economy. Journal of Business Ethics, 148(4), 847–858. DOI: https://doi.
org/10.1007/s10551-016-3016-y.

Williamson, O. E. (1973). Markets and hierarchies: Some Elementary Considerations. The American Economic
Review, 63(2), 316-325. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/1817092.

Downloads

Publicado

2019-11-28

Edição

Seção

Fraudes e Corrupção: o que Contabilidade e Organizações têm a dizer?

Como Citar

Lima, L. V. de A., Rufino, M. A., & Machado, M. R. (2019). Criando dificuldades para vender facilidades: corrupção, burocracia e crescimento corporativo no Mercosul. Revista De Contabilidade E Organizações, 13, 64-74. https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2019.158324