Cartas pessoais entre crianças brasileiras, portuguesas e angolanas

Autores

  • Dagoberto Buim Arena Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita"
  • Sonia Oliveira Santos Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita"
  • Stela Miller Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita"

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1980-7686.v6i12p108-130

Palavras-chave:

comunidade escolar lusófona, aprendizagem da língua escrita, gênero epistolar, ensino fundamental.

Resumo

Este artigo analisa os resultados de dados obtidos pela realização, entre 2008 e 2009, de projeto de extensão e de pesquisa relativo à troca de cartas internacionais entre professores e alunos de escolas de ensino fundamental das cidades de Garça e Marília, Estado de São Paulo, Brasil, com uma escola na cidade de Azaruja, em Portugal e outra na cidade de Luanda, Angola. Foi desenvolvido por equipe de alunos e professores da UNESP de Marília, com a finalidade de promover o intercâmbio por meio de cartas pessoais, para que os alunos, entre 8 e 9 anos de idade, pudessem se apropriar da língua escrita, no caso a portuguesa, e compreendê-la como instrumento impregnado da cultura. A escolha desse gênero, no universo do gênero epistolar, foi feita por propiciar a participação do outro na configuração de relações dialógicas de construção de enunciados, tomadas como referência em uma concepção bakhtiniana de linguagem. Teve como objetivos (1) apontar, nas cartas trocadas, entre professores, e entre os alunos portugueses, brasileiros e angolanos, nos primeiros anos escolares, os indícios de assunção de condutas linguísticas de autoria que poderiam sinalizar o início da autonomia no uso da modalidade escrita de linguagem, ou indícios de condutas de submissão; (2) revelar os instrumentos linguísticos de teor cultural utilizados na construção de enunciados indicadores dos costumes de cada povo, entre eles os que constituem os fazeres escolares. Para a geração dos dados foram utilizados princípios de pesquisa-ação, que possibilitaram a ação direta, junto aos professores brasileiros, e indireta, no caso dos docentes estrangeiros. Da análise do corpus da pesquisa - cartas trocadas entre professores e alunos – constata-se que a apropriação da língua como um ato discursivo em realização no seio das relações humanas faz da velha correspondência pessoal um instrumento poderoso de evolução no domínio da língua escrita.

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Biografia do Autor

  • Dagoberto Buim Arena, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita"
    Professor do Departamento de Didática e do Programa de Pós-Graduação em Educação PPGE da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita" UNESP/Marília
  • Sonia Oliveira Santos, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita"

    Graduada em Pedagogia da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita" UNESP/Marília

  • Stela Miller, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita"
    Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação PPGE da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita" UNESP/Marília

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Publicado

2012-10-10

Edição

Seção

Relações Norte e Sul

Como Citar

Cartas pessoais entre crianças brasileiras, portuguesas e angolanas. (2012). Acolhendo a Alfabetização Nos Países De Língua Portuguesa, 6(12), 108-130. https://doi.org/10.11606/issn.1980-7686.v6i12p108-130